A hipótese do "mensalão", termo utilizado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) para definir um suposto pagamento mensal a parlamentares da base do governo para que votassem a favor de matérias de interesse do Executivo, estará esmiuçada no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.
A hipótese do "mensalão", termo utilizado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) para definir um suposto pagamento mensal a parlamentares da base do governo para que votassem a favor de matérias de interesse do Executivo, estará esmiuçada no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.
O presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse hoje que será utilizado um programa de computador chamado U-2 – comprado da polícia inglesa, para aprofundar as informações que estão na comissão –, que fará "um detalhamento para saber se há correlação entre fatos ocorridos no Congresso com as datas dos saques [efetuados por parlamentares, assessores ou parentes]".
No esboço do relatório final apresentado hoje pelos técnicos da CPMI ao presidente e ao relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR), é citado o "mensalão". A partir de agora os técnicos trabalharão para produzir um relatório mais consistente entre os pagamentos efetuados pelo empresário mineiro Marcos Valério de Souza aos partidos e parlamentares, "demonstrando, com maior exatidão, as fontes de recursos, beneficiários e co-relação com eventuais votações parlamentares informando valores, datas, meios do pagamento [conta corrente, número de cheque], pronunciamento do beneficiário, entre outros".
No que diz respeito à movimentação financeira e fiscal do esquema operado por Marcos Valério, as investigações estarão concentradas nas operadoras Bônus Banval e Guaranhuns, na lista fornecida à comissão pelo empresário mineiro de pagamentos a partidos e parlamentares e nas análises da movimentação financeira e principais contratos do publicitário Duda Mendonça.
Outro tópico do esboço de trabalho para fechar o relatório final diz respeito à "relação pública do esquema Marcos Valério", onde estarão contratos de Valério com entidades públicas. O documento cita, especificamente, a Eletronorte, Ministério dos Esportes, Ministério do Trabalho, Banco do Brasil (incluindo o Banco Popular) e os Correios.