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Brasil mantém liderança mundial no comércio de carne bovina

Foram embarcadas 2,3 milhões de toneladas para 150 países, 18% mais que em 2004. Em dinheiro, as vendas somaram US$ 3,149 bilhões, número 22,4% superior ao de 2004. Foi um recorde na história do setor, segundo o balanço divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Apesar dos problemas com a febre aftosa, a carne bovina brasileira continuou sendo a mais consumida no mercado mundial em 2005. Foram embarcadas 2,3 milhões de toneladas para 150 países, 18% mais que em 2004. Em dinheiro, as vendas somaram US$ 3,149 bilhões, número 22,4% superior ao de 2004. Foi um recorde na história do setor, segundo o balanço divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Mesmo assim, o diretor executivo da entidade, Antônio Jorge Camardelli, afirmou em entrevista à Agência Brasil que o resultado ficou um pouco abaixo da expectativa do setor. "Acreditávamos em um valor cerca de U$S 250 milhões acima do obtido".

Na avaliação de Camardelli, o desempenho só não foi melhor por causa de uma série de adversidades, que não se resumiram ao surgimento do foco de febre aftosa em rebanhos de Mato Grosso do Sul, em outubro do ano passado. Também teria havido registros da doença no Paraná, de acordo com o Ministério da Agricultura. Camardelli cita ainda o impacto do dólar, que teria tido variações desfavoráveis às exportações.

Para ele, este primeiro semestre deverá ser de ajuste, um período para "se reverter o efeito dominó". O diretor refere-se aos embargos ainda mantidos em 50 países devido aos problemas, mesmo que localizados, da aftosa no país. Camardelli, no entanto, aposta em um segundo semestre melhor.

A maior venda de carne in natura foi feita para a Rússia, totalizando 433 mil toneladas, o que gerou uma receita de US$ 525 milhões. O Egito aparece na lista como o segundo maior comprador, com 215,3 mil toneladas e valor de US$ 252 milhões, seguido pela Holanda com US$ 191 milhões; Reino Unido (US$ 181 milhões) e Itália (US$ 152 milhões).

Quanto aos embarques da carne industrializada, os Estados Unidos foram o maior importador. No ano passado, os americanos compraram US$ 205 milhões. Depois vêm o Reino Unido (US$ 130 milhões), a Venezuela (US$ 47 milhões) e a Itália (US$ 31 milhões). Entre os que mais ampliaram a compra da carne industrializada brasileira, está a Bélgica. Para lá seguiram US$ 12 milhões, o que representa uma expansão de 163%.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura, estará no Brasil, entre os próximos dias 23 e 26, uma missão formada por 15 dirigentes do agronegócio americano. Vem discutir com empresários e autoridades o plano do Grupo Interamericano para a Erradicação da Febre Aftosa (Giefa). Esse plano envolve ações em áreas críticas do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Equador e Venezuela.

Além de acompanhar as medidas de combate aos focos da doença nos estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, os visitantes deverão conhecer os planos em desenvolvimento para incluir as áreas de risco desconhecidas nas regiões Norte e Nordeste do país.