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Potenay é vendido sem receita em lojas de Maceió

Apesar dos riscos do uso do Potenay por praticantes de fisiculturismo, não há qualquer tipo de controle com relação à venda do anabolizante para animais em lojas de Maceió.

Apesar dos riscos do uso do Potenay por praticantes de fisiculturismo, não há qualquer tipo de controle com relação à venda do anabolizante para animais em lojas de Maceió. A reportagem da Tribuna de Alagoas não teve dificuldades em comprar um vidro de Potenay, na manhã da última quinta–feira. O atendente da loja, que não revelou o nome, sequer, perguntou em que animal o produto seria usado.

A droga, usada em cavalos de corrida para aumentar a disposição em atividade física e como suplemento alimentar em animais de pequeno porte, vem sendo usada cada vez mais como anabolizante por jovens adeptos do fisiculturismo em Maceió.

O que é mais perigoso é que o Potenay vem sendo misturado com outras drogas, o que pode se transformar num coquetel mortal. O uso da mistura pode ser comprovado há 20 dias quando a polícia estourou uma clínica clandestina, no Conjunto Santo Eduardo, onde foram encontradas dezenas de ampolas de Potenay e seringas, onde o coquetel já estava pronto para ser injetado em clientes.

A lista encontrada pela polícia no local revela que não é pequeno o número de jovens que está usando o anabolizante animal, na capital alagoana. Para a polícia, um dos maiores incentivadores do uso do medicamento é o cantor Diego Furtado, o Galã do Brega, preso acusado de estupro em 2005, e que possui uma música fazendo apologia à ingestão do Potenay.

Esta semana, a proprietária da clíncia, Sílvia Maria Bezerra, 29, presa em flagrante, foi liberada por determinação da Justiça. O entendimento foi que as substâncias anabolizantes encontradas na clínica clandestina não podem ser consideradas drogas, já que não estão na lista de substâncias entorpecentes do Ministério da Saúde.

O chefe de operações da Delegacia de Repressão às Drogas, Oliveiros Valença, ressaltou que no inquérito que será remetido à Justiça nos próximos dias a polícia deve indiciar Sílvia Bezerra pelo crime do artigo 273 do Código Penal, já que, para o policial, a indiciada teria alterado substância dos medicamentos. O crime é considerado hediondo e pode levar a uma pena de até 15 anos de prisão e multa.