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Inca ainda não tem números para avaliar o desempenho do Programa Nacional de Controle do Tabagismo

A distribuição de remédios para o combate ao tabagismo ainda é muito recente para uma avaliação mais precisa do sucesso do Programa Nacional de Controle do Tabagismo. O repasse dos medicamentos para estados e municípios não está totalmente regularizado em termos de periodicidade e quantidade.

A distribuição de remédios para o combate ao tabagismo ainda é muito recente para uma avaliação mais precisa do sucesso do Programa Nacional de Controle do Tabagismo. A opinião é do coordenador das ações antitabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Ricardo Meireles. Além disso, explica o médico, o repasse dos medicamentos para estados e municípios não está totalmente regularizado em termos de periodicidade e quantidade. "A previsão é de em 2006, os repasses sejam trimestrais", disse. Em 2005, foram atendidos 100 mil pacientes.

Meireles destacou que não há uma série histórica com dados que possam ser comparados, já que só em 2005 o programa de atendimento ao fumante que quer largar o vício passou a englobar a maioria dos estados. Como existe a expectativa de adesão dos seis restantes na rede de atendimento neste ano, ele acredita que a partir de 2007 será possível avaliar melhor como anda o programa. "Nosso objetivo, agora, é diminuir a fila. Há muita gente interessada em se tratar e ainda não dá para atender a demanda", afirmou.

Cálculos do Inca mostram que 18,3 milhões de fumantes necessitam de tratamento. Esse número corresponde a 97% dos 80% interessados em parar de fumar. Os 3% restantes são aqueles que conseguem parar espontaneamente, sem ajuda profissional e sem medicamentos. A estimativa é baseada no número da população considerada fumante. "Calculamos que, com base no censo do IBGE de 2003, eram 125 milhões de habitantes acima de 15 anos. Sabemos que 19% deles são fumantes, portanto, cerca de 24 milhões", mostrou o médico.

Segundo Meireles, alguns municípios receberam o adesivo e a goma-de-mascar de nicotina só em novembro. "Houve ainda um problema na licitação do anti-depressivo que fez com que a bupropiona não chegasse às unidades de saúde. Mas acredito que o cronograma se regularize em 2006, seja quanto à distribuição das cartilhas, como dos medicamentos", disse. O coordenador registrou que é o Estado quem credencia as unidades interessadas em oferecer o tratamento aos fumantes. Para fazer o cálculo da demanda de material, o Inca recebe informações das secretarias estaduais, que se baseiam em relatórios das secretarias municipais.