A partir desta terça-feira (24), e até o próximo domingo (29) acontece 1º Acampamento Binacional Brasil-Uruguai, evento que acontece paralelamente à realização do Fórum Social Mundial (FSM) na Venezuela (23 a 28 de janeiro).
A partir desta terça-feira (24), e até o próximo domingo (29) acontece 1º Acampamento Binacional Brasil-Uruguai, evento que acontece paralelamente à realização do Fórum Social Mundial (FSM) na Venezuela (23 a 28 de janeiro).
A infra-estrutura do acampamento está sendo montada na fronteira dos dois países, entre as cidades de Santa Vitória do Palmar (RS) e Barra do Chuy (departamento de Rocha, Uruguai). Segundo os organizadores, os objetivos do encontro são promover a integração dos dois povos e debater temas ligados à democratização da economia.
A criação do acampamento foi proposta por movimentos sociais dos dois países, que a apresentaram à Plenária Organizadora do 4º Acampamento do Fórum Social da região sul gaúcha, sediada em Pelotas, em julho passado. A comissão aprovou então a criação do acampamento binacional.
"O objetivo central é conseguir ter um espaço para as diversas visões acerca da transformação da nossa realidade. Nós temos uma coisa que nos une, que é a negação desse sistema capitalista que temos hoje no mundo em uma de suas formas, que é o neoliberalismo", explica o coordenador executivo da organização do 1º Acampamento Binacional Brasil-Uruguai, Lauro Borges.
Os debates desse primeiro acampamento terão quatros eixos principais: lutas e alternativas políticas ao capitalismo, culturas e comunicação, relação entre poder, democracia e Estado, e questões da diversidade étnica dos povos das Américas. Segundo Borges, as discussões terão duração de até três horas e meia e serão mediadas por dois debatedores do Brasil e dois do Uruguai, em um espaço reservado para 2.000 pessoas.
Paralelamente a essas temáticas, estão previstas mais de 50 oficinas, com capacidade para 100 pessoas cada, onde serão tratados temas mais transversais como ambiente, educação, saúde, cidadania, questões das mulheres, negros, indígenas e de fronteira, entre outros.
"Nós queremos discutir alternativas para a construção de um outro mundo. É aí que entra todo esse debate. Com certeza teremos uma carta final, conclusões e eixos que vão, daqui para frente, nos nortear nessa luta", afirma Borges.
Mais de 40 entidades brasileiras e uruguaias participam oficialmente do evento, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Do lado uruguaio, estão a Central Sindical Uruguaia (PIT-CNT), a Federação dos Estudantes Universitários do Uruguai (FEUU) e o Instituto Nacional de Juventude do Uruguai (Inju).
Segundo Borges, 1.500 inscrições já foram efetuadas e a expectativa é que ao longo dos seis dias 10 mil pessoas participem do acampamento.
Após o término dos debates, a cada noite haverá apresentações artísticas, teatrais e shows musicais. O músico popular uruguaio Pablo Estramin e a sambista brasileira Leci Brandão se apresentam na sexta-feira (27).