O economista e cientista social André de Melo Modenesi, professor do Ibmec, avalia que se o problema da dívida pública interna brasileira não será resolvido em curto prazo, a menos que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promova um corte "mais drástico" na taxa básica de juros da economia, a Selic.
O economista e cientista social André de Melo Modenesi, professor do Ibmec, avalia que se o problema da dívida pública interna brasileira não será resolvido em curto prazo, a menos que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promova um corte "mais drástico" na taxa básica de juros da economia, a Selic. Em 2005, segundo dados divulgados hoje (23) pelo Tesouro Nacional, a dívida pública interna subiu 20,9%, encerrando o ano em R$ 979, 7 bilhões.
Segundo Modenesi, a maior parte da dívida pública interna é composta pelas Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LTFs). "Essas letras são títulos do governo que estão atrelados à Selic. Como a Selic é muito alta, o custo da dívida pública é muito grande", explicou. "A dívida só cairá se o Banco Central promover reduções mais fortes na Selic. Como a gente não espera que ele venha a fazer isso, a dívida vai continuar sendo um problema para a economia brasileira".
Na última reunião, ocorrida dia 18, o comitê reduziu a Selic de 18% para 17,25%. "O problema é que essa redução é muito lenta. A expectativa é que o Copom, na melhor das hipóteses, vai ficar mantendo esse 0,75 ponto de queda", observou, acrescentando que, em dezembro de 2006, a taxa deve continuar em um patamar alto. "É um absurdo. Taxa de juros de dois dígitos existe em poucos países do mundo", avaliou.