O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer conversar com a bancada petista para convencê-la sobre o fim da verticalização, segundo Beto Albuquerque (PSB-RS). No entanto, os líderes não devem esperar as reuniões, já que a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) está na pauta de votações de amanhã.
A verticalização nas eleições obriga os partidos a nos Estados seguirem as alianças feitas no plano nacional. O PT é contra o fim dessa regra.
Hoje, em reunião com os líderes, o presidente Lula voltou a afirmar que não é simpático à verticalização, Ele teria dito "que a verticalização não dá conta de alianças políticas sólidas", segundo relato de Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara dos Deputados.
Ainda de acordo com o relato de líderes, o presidente não quer no palanque a união de partidos que só estão juntos por causa de uma lei.
Questionado se o presidente teria condições de mudar a opinião de 40 deputados (do PT), Chinaglia disse que sim. "Acho que vira. Ele não é uma pessoa comum."
Segundo o sendor Aloizio Mercadante (PT-SP), as lideranças partidárias avisaram ao presidente que ele tem voto suficiente para derrubar a verticalização. Segundo Mercadante, Lula procuraria partido por partido da base para discutir acordos nas eleições.
"O presidente disse que só deve estar com ele quem quiser estar com ele", disse Mercadante. Ainda segundo o senador, Lula avaliou que em política não ter ter "bigamia".
Divisão da Casa
O tema da verticalização divide opiniões dos partidos. Além do PT, o PSDB também é a favor da manutenção da lei. São os maiores da Casa e vão lançar candidato próprio.
Outros dois grandes partidos da Câmaram não partilham dessa opinião. "Nós vamos orientar os nossos colegar para votar pela quebra d verticalização", diz líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), de um dos maiores partidos da Casa.
O PMDB, que também planeja lançar um candidato, vai seguir a posição dos pefelistas.
"O PMDB tem 18 candidaturas viáveis [nos Estados], e para tanto precisa fazer composições. E para fazer essas composições, não pode ficar preso", afirma o deputado Eliseu Padilha (RS).
Para o parlamentar, a aprovação da PEC tem um valor estratégico ainda maior para as discussões internas da legenda: "quebrar a verticalização vai viabilizar a idéia da nossa candidatura", diz ele.
Dentro do PMDB, que tem dois presidenciáveis declarados (o ex-governador Anthony Garotinho e o governador Germano Rigotto), existem grupos que defendem a idéia de apoiar o governo nas eleições e de abandonar a idéia de candidatura própria.