A dica de língua portuguesa de hoje trata do uso do infinitivo flexionado.
“Nos painéis, os visitantes terão a oportunidade de apreciarem desde o brasão e armas e bandeiras da Ufal, até a realização de cursos, solenidades e lançamentos da maior Universidade Federal em Alagoas.”
O trecho acima, extraído de texto divulgado na Internet, suscita uma interessante questão gramatical.
Quando, afinal, é necessário ou simplesmente possível flexionar o infinitivo?
Assim como há algumas regras claras, há também pontos de hesitação, aqueles em que os autores se dividem e que acabam dando margem a diferentes interpretações.
O comentário de hoje trata particularmente de um dos casos em que prevalece uma regra simples e clara: o infinitivo que completa nomes (substantivos e adjetivos) não deve ser flexionado.
Nesses casos, é a ação em si que está sendo considerada, não o seu autor. Dizemos que “os visitantes terão a oportunidade de apreciar”, que “nós teremos a oportunidade de apreciar” (e não de “apreciarmos”), que vós tereis a oportunidade de apreciar” (e não de “apreciardes”) etc. “Oportunidade” é um substantivo. Veja outros exemplos semelhantes: “Eles tinham vontade de viajar” (e não de “viajarem”), “”Eles tinham esperança de atingir a meta” (e não de “atingirem”), “Elas tinham necessidade de partir” (e não de “partirem”) etc.
Abaixo, o texto corrigido:
Nos painéis, os visitantes terão a oportunidade de apreciar o brasão, as armas e as bandeiras da Ufal, bem como de receber informações sobre a realização de cursos, solenidades e lançamentos da maior Universidade Federal em Alagoas.
Thaís Nicoleti de Camargo, autora dos livros “Redação Linha a Linha” (Publifolha), “Uso da Vírgula” (Manole) e “Manual Graciliano Ramos de Uso do Português” (Secom- Governo de Alagoas), apresenta o programa “Português Linha a Linha” na TV Pajuçara.