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Diretor do Detran discute situação das carteiras clonadas

O diretor do Departamento de Trânsito, tenente-coronel João Marinho, se reuniu na manhã de hoje com o delegado de Defraudações, Nilson Alcântara para discutir a situação dos 200 inquéritos envolvendo clonagem da Carteira Nacional de Habilitação.

Luis Vilar

Diretor do Detran se reúne com delegado de Defraudação para discutir clonagem de carteiras

O diretor do Departamento de Trânsito (Detran/AL), tenente-coronel João Marinho, se reuniu na manhã de hoje com o Delegado de Defraudações, Nilson Alcântara para discutir a situação dos 200 inquéritos envolvendo clonagem da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que – segundo Alcântara – estão paralisados por falta de informações que deveriam ser prestadas pelo órgão.

O delegado já havia convidado a representante da Comissão de Auditoria do Detran, Carla Maria da Cruz, para prestar esclarecimentos sobre a falta de informações em muitos inquéritos, pois os dados do Detran foram apagados. Conforme Cruz, o que foi “deletado” dos computadores do órgão foi impresso em papel.

“Apagamos muita coisa porque é um procedimento normal do órgão, mas tudo foi impresso em papel. O delegado tinha uma linha de raciocínio de que havia pessoas apagando informações dentro do sistema. Mostramos para ele que não há isto”, colocou Cruz. Mesmo depois das explicações, Nilson Alcântara continua com a mesma teoria, como ele mesmo colocou para imprensa.

Conforme a Comissão de Auditoria, foram 312 CNHs clonadas ao todo, mas faz um ano e meio que o Detran não registra outros casos. “Destas carteiras, mais de 250 foram clonadas em outros estados que não Alagoas e apenas cinco delas, salvo engano, são carteiras informatizadas, ou seja, a grande maioria ainda é aquele velho documento que sequer tem a foto. O problema é que estas habilitações antigas vão valer até 2009. Há algumas que foram feitas em máquinas de datilografia porque órgãos antigos não possuíam computadores. Aí é mais fácil a clonagem”, explicou Carla Cruz.

Carla Cruz admitiu que há brechas no sistema informacional do Detran e que o órgão tem trabalhado nisto. “Estamos tomando precauções. Fechamos janelas, restringimos acessos e criamos proteções de senhas. O que tem dado resultado. Os casos de clonagem tiveram os culpados apontados e hoje, o único funcionário envolvido com o caso foi demitido e o processo foi encaminhado para a Corregedoria. Nossa preocupação é esclarecer os fatos”, finalizou.

Para solucionar o impasse entre o órgão e a Delegacia de Defraudações, o tenente-coronel João Marinho reuniu Alcântara com as Comissões de Auditoria, Processo Administrativo Disciplinar, Procuradoria Jurídica do Detran, Corregedoria e o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação para que fossem traçadas metas de ações conjuntas entre o departamento e a delegacia.

“Vamos derrubar barreiras burocráticas porque possuímos o mesmo objetivo: passar a limpo os fatos e chegar à verdade. Nosso interesse de apurar é comum. Então a reunião que convoquei é para ajustar-nos a um procedimento padrão entre o Detran e a Delegacia de Defraudações. Precisamos de um consenso. Fazer tudo com mais transparência, porque este sempre foi nosso interesse”, colocou Marinho.

O delegado Nilson Alcântara disse estar de acordo com o diretor do Detran e que este é o melhor caminho, pois assumiu a delegacia com mais de 300 inquéritos instaurados e destes “aproximadamente 200 são relacionados a cédulas de habilitação clonadas”. “Muitas estão faltando informações, como já disse, isso pode acarretar no indiciamento do órgão pelos dados apagados. É o que chamamos de indiciamento culposo, onde não houve a intenção do crime, mas dificultou o esclarecimento deste. Esta é a minha preocupação, solucionar os casos”, concluiu o delegado.

Neste momento, todos estão reunidos na sala da direção geral do órgão para tentar traçar os “procedimentos padrões”, citados por Marinho. A imprensa não pôde acompanhar esta parte da reunião a pedido da direção do Detran.