O Encontro Afro-Alagoano de Educação: "O Quebra de 1912", será um espaço de debates que contribuirá para diminuir a discriminação racial existente no dia-a-dia da comunidade escolar. O evento será realizado em parceria pelo Núcleo Temático Identidade Negra na Escola da Secretaria Executiva de Educação.
A Escola Estadual Geraldo Melo, localizada no conjunto Graciliano Ramos, promove na manhã de hoje, um momento de reflexão entre estudantes e sociedade civil quanto à prática pedagógica que envolve a religiosidade afro-brasileira.
O Encontro Afro-Alagoano de Educação: "O Quebra de 1912", será um espaço de debates que contribuirá para diminuir a discriminação racial existente no dia-a-dia da comunidade escolar. O evento será realizado em parceria pelo Núcleo Temático Identidade Negra na Escola da Secretaria Executiva de Educação.
O "Quebra de 1912" refere-se à ira que motivou a destruição de todas as casas de culto afro-brasileiro existentes na capital alagoana. Os terreiros foram invadidos, os objetos sagrados queimados em praça pública, pais e mães de santo espancados publicamente. Até o ano de 1976, não havia um só estado da Federação que permitisse a existência legal de terreiros sem documentação expedida pela polícia.
Às vésperas de completar 94 anos do histórico confronto, a diretora da escola Geraldo Melo, Marli Tavares, acredita que esse é o momento de alertar a população para a intolerância diante da religiosidade negra. "Temos que fazer uma avaliação e ver como as pessoas lidam com esse tema hoje. Acredito que já avançamos muito, mas precisamos de mais momentos como este", argumenta.
No ano de 2004, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade, e com o apoio da Secretaria Executiva de Educação, realizou um projeto integrado de pesquisa, sob a coordenação da professora e antropóloga da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Rachel Rocha, que possibilitou a realização do estudo denominado: Afro-Brasileiros e Religiosidade no Ensino Médio, propondo maneiras de implementar a Lei Federal 10.639/03, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática e cultura afro-brasileira. Durante o encontro será feita a exposição desse material.
A partir das 8 horas, será iniciada a mostra de trabalhos dos alunos da Escola Geraldo Melo. Uma série de desenhos produzidos pelos estudantes, dos escritores brasileiros que trabalham com a temática negra. Paralelo à exposição, televisores espalhados pelo pátio estarão exibindo as atividades realizadas pela unidade de ensino.
Às 8h30, alunos da Escola Estadual Onélia Campelo, do Tabuleiro, darão sua contribuição ao encontro através da apresentação artística: Dança Mãe África. Em seguida será realizada a abertura oficial do evento com a palestra "O Quebra de 1912 e a pedagogia da intolerância religiosa", ministrada pela antropóloga Rachel Rocha e pelo professor e pesquisador da religião afro e representante do movimento negro estadual, Amaurício de Jesus.
À tarde, a partir da 14 horas, yalorixás alagoanas debatem o tema "Yalorixás – a difícil arte de ser mulher, negra e do santo". O encerramento está previsto para as 17 horas.