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Prejuízo para o consumidor será irreversível caso o STF decida a favor dos bancos, avalia Idec

Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aprove o dispositivo da Ação Direta de Inconstitucionalidade que pede que as instituições financeiras e securitárias não se submetam mais às regras do Código de Defesa do Consumidor, não será possível reverter o prejuízo que sofrerá o cidadão.

Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aprove o dispositivo da Ação Direta de Inconstitucionalidade que pede que as instituições financeiras e securitárias não se submetam mais às regras do Código de Defesa do Consumidor, não será possível reverter o prejuízo que sofrerá o cidadão. Será uma "perda irreparável", avalia o gerente-jurídico do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Marcos Diegues.

A ação foi movida pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) e, depois de diversos adiamentos, será votada pelo STF amanhã (22). A Consif quer que os bancos respondam a um código próprio, cujo cumprimento seria fiscalizado somente pelo Banco Central.

De acordo com Diegues, o consumidor teria muitos prejuízos com a medida. "Os bancos podem, por exemplo, continuar a enviar cartões de crédito sem que a pessoa solicite, prática proibida pelo Código do Consumidor. Podem também deixar de informar ao consumidor que quiser pegar crédito pessoal quanto ele vai pagar, qual será a taxa de juros, fornecer dados comparativos etc. Será uma terra de ninguém", afirma.

O gerente-jurídico do Idec informa que as maiores reclamações com relação aos serviços bancários são sobre cobranças indevidas e envio de cartões de crédito sem solicitação. Segundo ele, se a ação for aprovada, os consumidores deverão se dirigir exclusivamente ao Banco Central. "Os bancos argumentarão que não têm que dar a menor satisfação a um órgão de defesa do consumidor", diz.

Para protestar contra a ação, o Sindicato dos Bancários de São Paulo e o Idec fazem no início da tarde de hoje (21) uma manifestação na Praça Antônio Prado, na capital paulista.

No início deste ano os bancos começaram a divulgar os balanços de 2005. Itaú e Banco do Brasil já revelaram ter conseguido lucros recordes. Em 2004, todo o setor teve crescimento expressivo, o que deve se repetir este ano.