Após 60 dias de afastamento, Lessa adotou um discurso apaziguador, evitando se posicionar sobre questões polêmicas envolvendo adversários políticos, greve de servidores, dissonância na cúpula da Segurança Pública e discorreu sobre diversos temas de interesse dos alagoanos.
O governador Ronaldo Lessa retorna hoje ao comando do Executivo Estadual e concedeu, na manhã de hoje, entrevista coletiva no Salão de Despachos do Palácio Marechal Floriano Peixoto. Após 60 dias de afastamento, Lessa adotou um discurso apaziguador, evitando se posicionar sobre questões polêmicas envolvendo adversários políticos, greve de servidores, dissonância na cúpula da Segurança Pública e discorreu sobre diversos temas de interesse dos alagoanos.
Entre as questões abordadas, Lessa refutou as afirmações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)- que esteve terça-feira em Alagoas para a inauguração da pedra fundamental do campus da Ufal em Arapiraca- quando este teria declarado que Alagoas é privilegiado com o repasse de recursos federais. Segundo Lessa, a declaração de Lula deve-se a sua desinformação, visto que a transferência de recursos do governo Lula equivale apenas a 72% do que foi enviado durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Durante a entrevista, Lessa afirmou, ainda, que acionou a Procuradoria Geral do Estado para adotar as medidas legais cabíveis contra o jornal Folha de S. Paulo e um jornal local, que divulgaram matéria afirmando que Alagoas seria a “África brasileira”. O governador defendeu que as informações são desonestas e que não refletem os avanços conquistados pelo Estado durante os últimos anos.
Sobre as discussões em torno das eleições deste ano, Lessa confirmou para hoje à tarde uma reunião, em sua residência, envolvendo os partidos que compõem a frente que pretende encontrar um nome de consenso para disputar as eleições para o governo do Estado. Segundo Lessa, até o momento, o nome mais forte tem sido o do senador Renan Calheiros (PMDB). Entretanto, o senador ainda avalia sua possível candidatura.
Para o governador, não deve haver precipitação na indicação do nome, já que as negociações estão em curso e o pré-candidato só deve ser revelado após o carnaval. Quanto à situação do seu processo no Tribunal Superior Eleitoral, Lessa disse que a única novidade diz respeito à nomeação de Torquato Jardim como relator do processo e confirmou sua candidatura ao Senado Federal e pré-candidato à Presidência da República, pelo PDT.
O vice-governador Luis Abílio, que está na França, foi elogiado pelo governador, que destacou sua capacidade de conciliação e familiaridade com o comando do Executivo e informou que diversas obras serão entregues por seu governo até o final do seu mandato, entre elas, o Centro Administrativo, o antigo prédio do Produban-que abrigará diversas secretarias- a Fapeal, o Sistema Pratagy, a Adutora de Olho D´água das Flores, nova Ceasa, além de diversos trechos de rodovias estaduais.
Em mais uma mudança do secretariado, Lessa confirmou a saída dos secretários que serão candidatos nas próximas eleições, entre eles, Kátia Born, Fátima Borges e Alberto Sextafeira, que será substituído por Marlon Batista.
Quanto à prisão do representante jurídico do Grupo JL, Fábio Ferrário, Lessa apenas lamentou a ausência da reforma política, o que, segundo ele, “submete-nos às resoluções e interpretações ocasionais, que variam de tempos em tempos”, disse referindo-se à resolução nº 14.164 do Tribunal Regional Eleitoral.