A escolha da escola de samba campeã do carnaval 2006 de Maceió foi marcada por confusão e tumulto. Revoltados com a vitória da escola de samba Girassol, os integrantes da Gaviões da Pajuçara quebraram uma janela, tentaram invadir o auditório e ameaçaram o presidente da Liga das Escolas de Samba, Eugênio Lira.
Danielle Silva
A escolha da escola de samba campeã do carnaval 2006 de Maceió foi marcada por confusão e tumulto, no auditório da Fundação Municipal de Cultura. Revoltados com a vitória da escola de samba Girassol, do bairro do Joaquim Leão, os integrantes da Gaviões da Pajuçara quebraram uma janela, tentaram invadir o auditório e ameaçaram o presidente da Liga das Escolas de Samba, Eugênio Lira.
Antes do início da apuração, alguns integrantes da escola de samba Gaviões da Pajuçara reclamavam que o resultado já era conhecido por todos. “Isso tudo é enrolada da comissão julgadora. Como seria possível que outras pessoas saibam o resultado antes da apuração”, reclama Prego, presidente da escola.
A disputa se deu entre as duas escolas, já que a Treze de Maio não conseguiu alcançar pontuação necessária. Tanto a Gaviões quanto a Girassol disputaram ponto a ponto o resultado final. Uma prova disso foi o empate em 89 pontos que acabou sendo decidido com base nas instruções do regulamento da entidade. Apesar da torcida e da força da tradicional escola do bairro da Pajuçara – que este ano homenageou a vice-prefeita Lourdinha Lyra – venceu a Girassol pelo somatório das melhores notas.
Para Eugênio, a reação da escola foi injusta e intempestiva, já que todos acompanharam o processo de avaliação de perto e sabem da credibilidade dos envolvidos. “O que foi presenciado aqui é um absurdo, uma falta de respeito a mim e aos jurados desse concurso – que fique claro – desenvolvido dentro com seriedade”, disse Eugênio.
No lado de fora da Fundação, a torcida da Gaviões da Pajuçara chorava a derrota e aguardava revoltada a presença do presidente da Liga para explicar o resultado. Triste com o resultado, a vice-prefeita Lourdinha Lyra consolava os integrantes da escola e agradecia a homenagem feita durante o carnaval.
“Valeu as homenagens, o trabalho que tivemos e o nosso esforço. Nos demos de coração a esse desfile, se não fomos campeões paciência”, ressalta, completando que o resultado não foi injusto, mas tinha plena convicção do desfile que a escola apresentou.
Ainda segundo a vice-prefeita, esse é o recomeço da tradição das escolas de samba em Maceió que só precisa de apoio das autoridades para crescer. “É importante que as autoridades conheçam o que existe de carnaval, para entender a importância de fazer esse carnaval resistir e evoluir”, finaliza.