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Dispara investimento em segurança

Somente o setor de proteção privada faturou no ano passado R$ 12 bilhões – valor 11% superior ao registrado em 2004. O balanço é resultado de um estudo encomendado pela Fenavist (Federação Nacional das Empresas de Segurança Privada). O levantamento revela ainda que o setor cresceu 67% entre 2002 e 2005.

Nunca se investiu tanto em segurança como no ano passado. Bancos, escolas, empresas públicas e privadas, pessoas em busca de proteção residencial, supermercados, condomínios, shoppings – em todos os segmentos os gastos com segurança só aumentaram em 2005, segundo levantamento das principais associações que representam empresas fabricantes de equipamentos eletrônicos de vigilância ou que prestam de serviços de proteção.

Somente o setor de proteção privada faturou no ano passado R$ 12 bilhões – valor 11% superior ao registrado em 2004. O balanço é resultado de um estudo encomendado pela Fenavist (Federação Nacional das Empresas de Segurança Privada). O levantamento revela ainda que o setor cresceu 67% entre 2002 e 2005. Em 2002, havia um vigilante para cada 525 habitantes no Brasil. Hoje, há um para cada 425.

“Notamos que a expansão dos investimentos em proteção está diretamente relacionado ao aumento do patrimônio. No caso do Brasil, a evolução da atividade é superior à de países em que a violência urbana é um problema crônico, em especial na comparação com países vizinhos, do nosso próprio continente”, explica o responsável pelos números da pesquisa, Mauro Catharino.

Já um levantamento da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), aponta que o faturamento das empresas que se dedicam a desenvolver componentes para proteção pessoal ou patrimonial cresceu no ano passado 21% em relação a 2004. Segundo a entidade, a expansão foi impulsionada pelo aumento dos gastos do comércio em sistemas antifurto – em especial lojas de departamento, supermercados e shoppings.

No entanto, entre os maiores clientes, os bancos ainda lideraram, à frente da indústria e do comércio. Números da Febraban revelam que as instituições financeiras aplicaram pouco mais de R$ 1,1 bilhão em segurança no ano passado – R$ 400 milhões para a compra de novos equipamentos e R$ 700 milhões destinados a manter as estruturas atuais. O investimento é recorde histórico.

Faturamento – De olho no aumento dos gastos com segurança, empresas do setor no Grande ABC ampliam o faturamento e lançam novos equipamentos. É o caso da Asstran, de Santo André, e da Scanchip, de São Caetano. Em parceria, as duas fabricam e comercializam, entre outros produtos, o sistema TEC (Transmissão Escolar Codificada), um aparelho que controla a saída dos estudantes do Colégio Pueri Domus, em Santo André. Assim que os pais se aproximam da escola, um pequeno aparelho vibra no bolso da criança e avisa que é hora de ir embora.

“Pedimos para que fosse desenvolvido um equipamento sob medida que reduzisse o barulho dentro da escola e facilitasse o sistema de organização de alunos na hora da saída”, explica o diretor do colégio, Daniel Contro. Ele afirma que a política de minimizar ruídos dentro do espaço da escola era uma preocupação antiga e foi importada da Escola da Ponte, na cidade do Porto, em Portugal. O equipamento eletrônico do Pueri Domus custa aos pais R$ 95 por ano, em sistema de comodato.

“Fizemos um lote inicial de 500 peças e estamos muito satisfeitos com a receptividade das pessoas para esse novo sistema. Vamos continuar fabricando muito e ampliando espaço no mercado”, comemora Rinaldo Gutierrez Capel, diretor da Scanchip.

Outra empresa que vive a euforia do aumento em segurança é a Plastrom Sensormatic. A empresa implementou todo o sistema antifurto da Coop (Cooperativa de Consumo), de Santo André, entre outras grandes redes supermercadistas.

“Investir em segurança não é mais privilégio de grandes empresas. As pequenas também já despertaram para a necessidade de evitar perdas. O aumento da criminalidade e a sofisticação dos ladrões forçam as empresas a incluir no planejamento financeiro gastos com segurança”, avalia o gerente de vendas Hailton Pereira dos Santos. A Plastrom faturou no ano passado pouco mais de R$ 80 milhões – 30% mais que no ano anterior.