Categorias: Política

Renan: “decisão do STJ está na direção certa”

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), disse hoje à noite em Maceió que tinha acabado de tomar conhecimento da decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça STJ, ministro Edson Vidigal, de suspender as prévias do partido para a escolha do candidato à presidência da República.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), disse hoje à noite em Maceió que tinha acabado de tomar conhecimento da decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça STJ, ministro Edson Vidigal, de suspender as prévias do partido para a escolha do candidato à presidência da República.

“Estou sabendo agora. Essa é uma decisão que consubistancia o que se fez à revelia ao estatuto do partido durante esse tempo todo. Eu não conheço a decisão, mas entendo que talvez seja nessa direção”, afirmou Renan.

Questionado se realmente as eleições previstas não iriam mais acontecer, Renan disse que ainda não tinha tomado conhecimento detalhado da decisão do STJ. “Eu não discuti as prévias, elas foram convocadas à revelia do que o estatuto do PMDB recomenda fazer. Por isso, convocamos uma reunião para o dia 8 de abril, para que a convenção decida, afinal, sobre candidatura própria, sobre alianças estaduais. De modo, que nós temos priorizado outra discussão”, afirmou o senador alagoano.

Com a suspensão das prévias que seriam realizadas no próximo domingo, Renan disse que o partido deve priorizar a convenção, que acontece depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a manutenção ou não da verticalização. O senador destacou a possibilidade de uma manobra política da ala governista para adiar a escolha do candidato próprio do partido à presidência da República. “Não houve nada disso. A decisão do STJ foi tomada em defesa do estatuto do partido, da necessidade da convenção partidária para definir questões importantes”, afirmou.

Mesmo assim, Renan fez questão de dizer que não conhecia em profundidade a decisão do STJ. O senador foi questionado se o PMDB estaria dividido ou passando por uma crise, por conta da suspensão das prévias, mas ele preferiu sair pela tangente. “Nós estamos, fundamentalmente, agurdando a decisão do Supremo, sobre a verticalização. Essa decisão vai embasar as outras decisões que o partido tomará”, afirmou o senador.

Renan lembrou que durante esta semana quase que o partido chegou a um acordo sobre o adiamento das prévias, que deveriam acontecer só após a decisão do Supremo sobre a verticalização, mas não foi possível. Segundo o presidente do Senado, se o Supremo mantiver a verticalização o PMDB terá muita dificuldade com relação às alianças estaduais. “Nós não sabemos a tendência do Supremo, mas é prudente aguardar. E por isso que nós pedimos a realização da convenção para o dia 8, portanto depois da decisão do STF”, acrescentou o senador.

Criticas dos pré-candidatos

Questionado sobre as críticas que tem recebido dos pré-candidatos do PMDB – ex-governador Antony Gariotinho(RJ) e governador licenciado Germano Rigotto (RS) –, o senador Renan Calheiros preferiu não polemizar. “Eu não tenho priorizado as respostas a essas provocações, o nosso debate é outro, fundamentalmente outro: é saber se nós vamos ter ou não ter a verticalização”, afirmou.

Segundo ele, se a verticalização for mantida a tendência do partido é não ter candidato a presidente para poder possibilitar as alianças estaduais. “Se nós tivermos a manutenção da verticalização, o partido tende a não ter candidato à presidência, para salvaguardar as alianças estaduais. É o oposto do que eles estão dizendo”, enfatizou. “Agora se nós tivermos uma candidatura que possa levar o partido à vitória, é tudo que o partido quer, que o partido deseja”, afirmou Renan.

Para ele, o ideal é que o candidato do PMDB seja forte e tenha o respaldo suficiente para unir as diferentes tendências do partido. “Isso é tudo que o PMDB quer”, declarou o senador alagoano, acrescentando que hoje, lamentavelmente, isso não existe, as pesquisas estão aí demonstrando exatamente o contrário. “Mas, o sonho do PMDB é ter um candidato próprio, que unifique o partido e que transforme essa enorme força regional numa força nacional capaz de ganhar a eleição presidencial”.