O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou para a tarde desta segunda-feira (27) uma reunião que deve decidir o futuro do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O ministro, ao que tudo indica, deve deixar ainda hoje o cargo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou para a tarde desta segunda-feira (27) uma reunião que deve decidir o futuro do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O ministro, ao que tudo indica, deve deixar ainda hoje o cargo.
Palocci apenas deve permanecer à frente do ministério se provar que não participou da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que contradisse o ministro no caso da chamada "casa do lobby".
A Polícia Federal, porém, afirma já ter indícios de que um integrante da assessoria do Ministério da Fazenda participou do vazamento das informações sobre o sigilo do caseiro, o que deve complicar ainda mais a situação de Palocci.
Em conversa ontem com Lula, segundo apurou a Folha, o ministro negou qualquer participação direta na quebra ilegal do sigilo, porém admitiu a possibilidade de a sua assessoria ter tomado parte do caso.
O assessor e jornalista Marcelo Netto, responsável para área de comunicação do ministério, é o principal suspeito de ter passado as informações sobre a conta bancária do caseiro à imprensa.
Confirmada a saída de Palocci, ele manterá o direito de concorrer a deputado federal nas eleições de outubro. O ministro teme que um juiz de primeira instância acate eventual pedido de prisão por suspeitas de corrupção do tempo em que foi prefeito de Ribeirão Preto. Um mandato de deputado lhe daria foro privilegiado –poderia responder a eventuais processos somente no STF (Supremo Tribunal Federal).
Cotado para substituir Antonio Palocci no Ministério da Fazenda, o líder do governo no Senado e pré-candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Aloizio Mercadante (SP), disse ontem que está "pronto para desempenhar qualquer que seja a função necessária ao partido ou ao presidente Lula".
"Eu sempre coloquei o meu mandato à disposição do partido e do presidente Lula. Portanto, qualquer que seja a função que seja necessária ao partido ou ao presidente, eu estou pronto para desempenhar", disse o senador.
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Guido Mantega, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e o secretário-executivo da Fazenda, Murilo Portugal, também são cotados para assumir a vaga de Palocci em eventual saída.