Setor sucroalcooleiro, maior contratador do Estado, antecipa fim da moagem da cana e demite milhares de trabalhadores antecipadamente.
Segundo dados divulgados esta semana pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Alagoas ficou com um saldo negativo de 11.150 empregos no mês de fevereiro. Em todo Estado, foram preenchidas formalmente 4.758 vagas no mês passado, em compensação, 15.908 trabalhadores foram demitidos.
Mais uma vez as indústrias de transformação (usinas) foram as responsáveis por esta situação desfavorável. As usinas alagoanas devido à antecipação do fim da moagem da cana dispensaram 12.255 funcionários e contrataram apenas 455.
O setor agropecuário também finalizou o mês de fevereiro demitindo mais que contratando: foram 225 contra 540, respectivamente. Já o comércio, pela tendência natural de aumentar as vendas nesta época do ano, devido à passagem do carnaval, chegou a março com um saldo positivo de 348 contratações.
O Delegado Regional do Trabalho em Alagoas, Ricardo Coelho de Barros, vê esta situação como normal comparando com a história do Estado. “As usinas, como principais contratadoras, demitem seus trabalhadores sempre neste período (se referindo a entressafra) e o Estado assume uma posição desfavorável se comparado aos demais Estados que não tem a cana-de-açúcar como principal fonte de renda”, confirma.
Alagoas fica pelo segundo mês consecutivo com saldo desfavorável no perfil de contratações por carteira assinada. Em janeiro, o saldo foi de menos 1.576 empregos; as usinas estavam finalizando a moagem da cana e fecharam o mês com saldo negativo; o setor de serviços foi o que mais contratou.
Ainda segundo Ricardo Coelho, a variação dos saldos mesmo sendo grande, não ameaça a economia de Alagoas e não representa uma baixa na proposta do Governo em sempre contratar mais do que demitir. “Aqui em Alagoas, a situação é diferente. O número geral de trabalhadores contratados depende da sazonalidade da cana-de-açúcar”, acrescenta.