Os cálculos fazem parte do mapa "Amazônia Brasileira 2006", lançado pela organização não-governamental WWF-Brasil e o Instituto Socioambiental (ISA). Com eles, o Brasil atinge a meta de proteger, até 2012, 12% do bioma amazônico (50 milhões de hectares).
Quase 80 milhões de hectares da Amazônia Legal brasileira já estão cobertos com unidades de conservação federais e estaduais. Esse número representa 15,92% do território total.
Os cálculos fazem parte do mapa "Amazônia Brasileira 2006", lançado pela organização não-governamental WWF-Brasil e o Instituto Socioambiental (ISA). Com eles, o Brasil atinge a meta de proteger, até 2012, 12% do bioma amazônico (50 milhões de hectares).
O desafio foi estabelecido em 2002, durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), em Johanesburgo (África do Sul).
Para atingir a meta, o Brasil criou o programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e implementado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em parceria com sete governos estaduais (Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).
Os recursos para o programa vêem do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) – que recebe doações do Banco Mundial, do banco de cooperação alemã (KfW), da agência de cooperação técnica alemã (GTZ) e do WWF-Brasil, por meio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
Além de ser doador do Arpa, a WWF-Brasil também criou um programa para apoiar sua gestão. "A gente encomendou ao ISA esse mapa. A última edição era de 2004 e já estava esgotada", contou a coordenadora de comunicação do programa suporte ao Arpa da WWF Brasil, Ana Cíntia Guazzelli.
Os dados que constam no mapa são atuais, referentes a 15 de março deste ano. Eles foram baseados no Sistema de Informações Sociambientais do ISA, um projeto iniciado na década de 80.
O levantamento apontou que a Amazônia Legal tem 268 unidades de conservação federais e estaduais, que somariam 90,9 milhões de hectares. Mas descartando a sobreposição das unidades de conservação entre si e com terras indígenas, chega-se ao número de 79,7 milhões de hectares.
Desse total, 58,6% são áreas protegidas federais – sendo que 28,4% são de proteção integral (que não permitem a presença de moradores) e 30,2% de uso sustentável. Já os 41,4% referentes a unidades do conservação estaduais se dividem em 7,8% para proteção integral e 33,6% para uso sustentável.
O mapa informa ainda que cerca de 170 povos (aproximadamente 250 mil pessoas) vivem em 389 terras indígenas na Amazônia Legal. A extensão desses territórios é de quase 105,3 milhões de hectares (21% da região). De acordo com o ISA, pelo menos 73% delas tiveram o processo de reconhecimento finalizado.
O Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) tem pressionado o governo federal e os governos estaduais para garantir a implementação das unidades de conservação já criadas, com participação da sociedade civil. "Esse passa a ser agora o principal desafio do Arpa", prevê Guazzelli