MOSCOU, 3 mar (AFP) - O astronauta brasileiro Marcos César Pontes, que está a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), afirmou em sua segunda comunicação com os encarregados brasileiros da missão, na noite de domingo, que está "100%" adaptado ao espaço e que sentiu "muito orgulho" ao ver o Brasil pela primeira vez.
MOSCOU, 3 mar (AFP) – O astronauta brasileiro Marcos César Pontes, que está a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), afirmou em sua segunda comunicação com os encarregados brasileiros da missão, na noite de domingo, que está "100%" adaptado ao espaço e que sentiu "muito orgulho" ao ver o Brasil pela primeira vez.
Pontes respondeu a perguntas de jornalistas, repassadas pela assessoria do Ministério da Ciência e Tecnologia através de uma comunicação telefônica do centro de controle da missão, em Korolev (arredores de Moscou).
Segundo ele, ver a Terra do espaço lhe trouxe uma sensação de paz muito grande, para depois completar: "Quando eu vi o Brasil pela primeira vez durante o dia, tive uma sensação de muito orgulho".
"O Brasil é algo impressionante. Por exemplo: estou passando pela órbita do Golfo do México, quase chegando em Cancún e dá para ver o cantinho do Brasil. Dá muito orgulho de ser brasileiro", reforçou.
Durante a comunicação, o astronauta perguntou sobre o Brasil e se mostrou muito contente e animado.
Pontes disse estar se sentindo tranqüilo, com sensação de dever cumprido. "Eu prometi para o meu País que levaria a bandeira e levei", completou, em alusão à bandeira brasileira, da qual não se separou um instante desde que entrou na ISS.
"Com a ajuda de algumas pessoas, como a Agência Espacial Brasileira, seus coordenadores, o povo brasileiro que me apoiou, meus amigos e minha família, com todo esse apoio, eu cumpri a missão", afirmou. "Posso dizer que me adaptei 100% ao espaço", acrescentou.
Sobre o que pensou durante a contagem regressiva e o lançamento, afirmou: "No primeiro momento, a atenção aos equipamentos é muito grande, mas depois foram vários flashes. Lembrei das pessoas que me ajudaram e principalmente da minha família. Lembrei bastante da minha família".
Quanto ao vôo em si, comentou ter sido "bastante curioso". Segundo ele, "são sensações novas e o apoio da tripulação é essencial. Seria muito difícil descrever em uma frase".
A respeito da vista noturna que tem da estação, Marcos explicou que "dá para ver o contorno das cidades e o contorno do litoral. Olhar para as estrelas é realmente demais".
Apesar de tantas sensações novas, o astronauta brasileiro não precisou do remédio para o enjôo que normalmente acomete os recém-chegados ao espaço e disse ter conseguido dormir.
"Dá para dormir. Para se ter uma idéia, a cada 40 minutos você tem um dia e uma noite", explicou, referindo-se ao tempo em que a estação leva para fazer uma órbita. "Como tem muita coisa para ver, não dá vontade de dormir. Mas eu penso no Brasil e na minha família e durmo", emendou.
Marcos Pontes terá mais um dia de muito trabalho na ISS nesta segunda-feira. Ele acordará às 7h30 e, às 9h, terá a primeira das duas comunicações diárias com o centro de controle para receber instruções e informar sobre suas atividades de bordo.
Durante o dia, dará andamento aos experimentos iniciados e começará o de evaporadores capilares para controle térmico de satélites, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
À tarde, ele se comunicará com radioamadores brasileiros, participará de uma coletiva da Nasa com a tripulação da 13ª expedição da ISS, transmitida ao vivo para o centro de controle em Korolev e, à noite, voltará a falar com a coordenação brasileira da missão.
Ainda nesta segunda será lançado oficialmente na ISS o selo dos Correios da Missão Centenário, por ocasião dos 100 anos do primeiro vôo de Santos Dumont, e será feita a apresentação dos itens promocionais certificados pelo Inpe, entre eles medalhas comemorativas cunhadas pela Casa da Moeda e a bandeira do Brasil oficial da missão.