A medida faz com que a duração máxima passe de quatro para cinco horas e deve beneficiar os bacharéis, cuja reprovação atingiu índices expressivos nos últimos meses.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aumentou o tempo das duas fases do exame obrigatório para quem pretende exercer a profissão. A medida faz com que a duração máxima passe de quatro para cinco horas e deve beneficiar os bacharéis, cuja reprovação atingiu índices expressivos nos últimos meses.
No último exame, apenas 11,42% dos inscritos na prova foram aprovados em São Paulo. Em junho do ano passado, o índice de aprovação foi o mais baixo de todos os tempos: apenas 7,16% dos candidatos conseguiram obter a pontuação necessária.
Além do aumento do tempo, o Conselho Federal da OAB decidiu modificar as características da prova da segunda fase. O exame, que era composto por uma peça processual (com valor seis) e mais quatro questões (com valor de um ponto cada), passou a ter cinco questões valendo um ponto, mais a peça com valor cinco.
A primeira fase do exame continua igual: tem cem questões, e a aprovação para a segunda fase é conquistada mediante o acerto de pelo menos 50% das perguntas. Já na segunda fase, o bacharel precisa acertar pelo menos 60%.
"O aumento do tempo era uma reclamação dos estudantes, principalmente na primeira fase. São cem questões, e, muitas vezes, o candidato não pode nem pensar. Tem de responder na lata", afirmou a presidente da Comissão Permanente de Estágio e Exame da Ordem, Ivette Senise Ferreira.
A diretora pedagógica do Curso Prima, Ângela Machado, entende que o aumento de horas pode diminuir o percentual de reprovação. "Os alunos tinham muita dificuldade para lidar com a duração da prova. Tínhamos de fazer um treinamento específico para que eles conseguissem administrar a quantidade de tempo", disse. "A medida deve ter maior impacto principalmente na primeira fase, onde a peneira é maior."