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Sem-terra participam de audiência com governador

No Dia Internacional de Luta Camponesa, os movimentos esperam a presença de cerca de quatro mil sem-terra em Maceió que se reúnem em memória aos dez anos do massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 trabalhadores rurais foram assassinados pela Polícia Militar no Pará.

Alagoas24horas

Coordenadora urbana do MST, Eliane da Silva anuncia novas manifestações

Trabalhadores rurais sem-terra dos quatro movimentos sociais ligados à causa voltaram a acampar desde ontem a Praça Sinimbú para protestar contra a violência no campo e a morosidade na desapropriação de terras em Alagoas.

No Dia Internacional de Luta Camponesa, os movimentos esperam a presença de cerca de quatro mil sem-terra em Maceió que se reúnem em memória aos dez anos do massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 trabalhadores rurais foram assassinados pela Polícia Militar no Pará.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a manifestação de hoje é para reivindicar a apuração dos crimes cometidos contra sem-terra e lideranças rurais e exigir do poder público o desmanche das milícias armadas organizadas por latifundiários e usineiros no Estado de Alagoas.

Na programação, uma comissão formada pela coordenação dos movimentos e de representações dos acampamentos e assentamentos presentes se reunirá com o governador do Estado, Luís Abílio, e seu secretariado, às 10h, no Palácio dos Martírios. A pauta de reivindicação reúne 15 itens, que vão desde obras estruturantes nos assentamentos à desapropriação das áreas pertencentes ao PRODUBAN e ao mapeamento fundiário do Estado.

Ainda hoje, a partir das 14h, os movimentos realizarão uma marcha pelo Centro de Maceió com parada no Tribunal de Justiça para reivindicar a liberação dos trabalhadores presos na última semana e o alto número de reintegrações de posse das áreas em disputa.

Protesto

No início da manhã, um grupo de sem teto do conjunto Benedito Bentes – que está mobilizado junto com os sem terra no dia de luta – bloqueou a avenida principal do conjunto por cerca de duas horas em protesto à impunidade de criminosos.

De acordo com a coordenadora urbana do Movimento dos Sem Terra (MST), Eliane Silva, o protesto de hoje aconteceu para chamar a atenção das autoridades para a impunidade nos crimes em Alagoas. "Estamos chamando atenção em específico para os crimes no campo e também na morte do ascensorista ocorrido há uma semana no Benedito Bentes. Os criminosos todos estão impunes e de volta às ruas", explicou.