Segundo o Evangelho, Judas não foi o traidor que vendeu Jesus por 30 moedas de prata, mas o discípulo privilegiado, encarregado da missão mais difícil de sacrificar o filho de Deus para ajudar sua essência divina a escapar da prisão do corpo e elevar-se ao espaço celestial.
Uma exposição em Genebra mostrará cinco páginas do recém-divulgado Evangelho Segundo Judas até o final de 2009, sendo a única ocasião em que o público poderá ver o documento, que teria 1,7 mil anos, segundo especialistas.
A Fundação suíça Martin Bodmer é a encarregada de mostrar ao público parte do papiro encontrado no Egito em 1978 e divulgado no dia 6 de abril pela National Geographic, depois de ser traduzido por um cientista suíço. No final de 2009, as páginas serão devolvidas ao Egito, onde foram encontradas.
Segundo o Evangelho, Judas não foi o traidor que vendeu Jesus por 30 moedas de prata, mas o discípulo privilegiado, encarregado da missão mais difícil de sacrificar o filho de Deus para ajudar sua essência divina a escapar da prisão do corpo e elevar-se ao espaço celestial.
O museu onde as páginas serão expostas foi criado pela fundação Martin Bodmer e reúne numerosos papiros, manuscritos, incunábulos, edições raras, livros preciosos e tudo relacionado com a palavra escrita. A partir das fontes da escrita com os assírios, os babilônios e os livros dos mortos dos egípcios, a coleção do museu percorre três milênios de história, cinco continentes e chega até o século 20.
A fundação Martin Bodmer possui obras raras procedentes de China, Japão, Índia, do mundo árabe e do persa e entre seus tesouros está a mais antiga cópia completa conservada do Evangelho segundo São João. O tradutor do Evangelho de Judas, o coptólogo suíço Rodolphe Kasser, garante que o códice é uma grande descoberta, do mesmo nível que os textos de Nag Hammadi de 1947.
"Estes Evangelhos são tão importantes que seria necessário estudá-los durante 10, 15 anos, mas haveria impaciência em publicá-los", afirmou Kasser durante uma entrevista coletiva. O suíço disse que sua originalidade "consiste em que outros textos gnósticos nunca ousaram defender Judas. Este manuscrito revela um personagem que não odeia Jesus".