O governador de Sergipe, João Alves (PFL), voltou a criticar a transposição do Rio São Francisco durante o encontro do Clube Lyons em Alagoas. O debate aberto por João Alves tem a participação do senador e pré-candidato ao governo de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB) e do ex-governador Divaldo Suruagy, além de engenheiros e técnicos.
O governador de Sergipe, João Alves (PFL), voltou a criticar a transposição do Rio São Francisco durante o encontro do Clube Lyons em Alagoas. O debate aberto por João Alves tem a participação do senador e pré-candidato ao governo de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB) e do ex-governador Divaldo Suruagy, além de engenheiros e técnicos.
Para Alves, o debate em qualquer momento e lugar é propício por se tratar da questão mais grave do planeta: a escassez da água no mundo. “Esta é uma discussão que preocupa cientistas no mundo todo e o Brasil ainda não sabe o usar o potencial hídrico que detém, já que é um país continental. A questão vai além do assoreamento do Rio São Francisco, que já se encontra na UTI”.
Um dos pontos levantados pelo governador de Sergipe é que a transposição do Rio São Francisco – segundo ele – afetará diretamente nas regiões do Agreste e do Sertão de Alagoas e Sergipe, por terem sido os estados nordestinos que mais investiram em adutoras. “Estas adutoras correm o sério risco de serem um investimento em vão, deixando de existir caso o curso do rio seja mudado. Sobre estes aspectos, os políticos falam muito pouco. Deveria ser mais explanado para a população”.
Alves colocou também que o Rio São Francisco tem que ser revitalizado com urgência e um dos motivos é para torná-lo navegável. “O Brasil é um dos únicos países do mundo que transportam cargas em rodovias, não utilizando suas hidrovias. Para se ter idéia, um transporte por rio custa dez vezes mais barato que o feito por caminhão. Não dá para entender isto. É inaceitável esta falta de visão”, criticou.
Além das críticas ao projeto da transposição, o governador fez também pesadas críticas a forma como o Governo Lula tem tratado a questão. Conforme Alves, estão escondendo o que de fato vai acontecer. “O Rio São Francisco já está morrendo e dá sinais claros disso, como o crescimento dos bancos de areia e o assoreamento dos leitos”.
O senador Teotônio Vilela é também um dos fortes críticos ao projeto do Governo Federal. Vilela chegou a classificá-lo – em seu livro Transposição do São Francisco: Perdendo o Foco – como um “engodo eleitoreiro”. Segundo senador, “não atende as reais necessidades das populações ribeirinhas do nordeste e não vai acabar com a sede, nem com a miséria no Nordeste. A promessa é demagógica e mentirosa, tão irresponsável e até criminosa. O projeto está fadado a ser um elefante branco caatinga adentro”.
A discussão se estende por toda a manhã no Centro de Convenções de Maceió e envolve vários empresários e segmentos sociais participantes do Clube Lyons.