O militar é acusado de envolvimento em mais de 30 homicídios em Alagoas e Pernambuco. Seu depoimento aconteceria em Satuba, mas o pedido foi negado pelos juízes do Núcleo de Combate ao Crime Organizado, que determinaram que o depoimento ocorra na Polícia Federal.
O depoimento do sargento PM Raimundo Edson Silva Medeiros, que estava marcado para Satuba foi transferido para hoje, na sede da Polícia Federal, onde o militar está preso desde o dia 11 deste mês. A informação foi confirmada pela advogada Mary Ane Vieira, que defende o militar.
O sargento Medeiros é acusado de vários crimes, mas será ouvido pelo delegado de Satuba, Claudemilktson Benemarcan, sobre sua suposta participação na morte do motorista Carlos André Fernandes dos Santos, assassinado em agosto de 2005, em um posto de combustível da cidade.
Carlos André era namorado da ex–primeira–dama de Satuba, Fátima Pedrosa. Medeiros, que foi ouvida pelo delegado do caso, no início das investigações.
Foram ouvidos também o exprefeito de Satuba, Adalberon de Moraes, que está foragido. Também foi ouvido sobre o crime o ex–deputado estadual Délio Almeida.
Segundo a advogada Mary Ane Vieira, o sargento Medeiros não tem participação no assassinato do motorista. Ela disse que, no dia do crime, o militar estava em prisão disciplinar, no Quartel da PM, onde passou o dia e só saiu para ir assistir uma aula no curso de informática, no Cefap Centro de Formação da PM.
Para provar que realmente o sargento Medeiros não poderia ter participado desse crime, a advogada disse que anexou cópia da ata de frequência do militar nesse curso de informática. Mary Ane disse ainda que soube os motivos do adiamento do depoimento do seu cliente.
"Foi informada, através de um telefonema de um policial, que trabalha com o delegado de Satuba, sobre a mudança de data e local do depoimento de Medeiros", afirmou a advogada.
O militar é acusado de participação em cerca de 30 crimes e está sob a custódia da Polícia Federal, a pedido dos juízes que fazem parte do Núcleo de Combate ao Crime Organizado, criado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.