A proposta da sessão foi apresentada pela vereadora Fátima Santiago (PTB) e reuniu representantes do segmento afro-descendente das redes públicas estadual e municipal no plenário do Legislativo municipal.
A Câmara Municipal de Maceió realizou sessão pública hoje (28) para discutir a aplicação da Lei federal 10.639 de 2003 que institui a obrigatoriedade do ensino História da África e dos Africanos nas escolas das redes pública e particular de todo o País. A proposta da sessão foi apresentada pela vereadora Fátima Santiago (PTB) e reuniu representantes do segmento afro-descendente das redes públicas estadual e municipal no plenário do Legislativo municipal.
Na abertura da sessão, a vereadora Fátima Santiago disse que a edição da lei visa resgatar a história do negro no Brasil e corrige distorções registradas pelos índices oficiais do governo federal. Segundo ela, o IBGE mostrou que os brancos passam, em média, 6,2 anos na escola, enquanto que os negros passam 4,2. Anda de acordo com a vereadora, o órgão mostrou uma presença de cerca de 15% de brancos entre 10 e 14 anos no mercado de trabalho, enquanto que na classe negra, esse índice sobe para 40,2%. "A sociedade precisa entender que há um grande prejuízo nessa condução do ensino da temá-tica negra", disse ela.
A secretária-adjunta de Educação do município, Betânia Toledo, participou da sessão e lembrou da participação da secretaria municipal de Educação (Semed) nesse processo educacional. Ela disse que a secretaria criou o Núcleo de Estu-dos e Pesquisa da Diversidade Étnico-racial (Neder), com a finalidade de ampliar as discussões sobre a temática negra nas escolas da rede.
Os alunos da Escola Municipal Zumbi dos Palmares realizaram apresentações afro e cantaram o Hino da África para conhecimento dos participantes. Participaram da sessão pública os vereadores Judson Cabral (PT), Diogo Gaia (PFL), além de Fátima Santiago, o secretário de Articulação Colegiada do governo estadual, Pedro Alves, que representou o governador Luís Abílio na solenidade, a coordenadora do Núcleo Temático Identidade Negra da secretaria Executiva de Educação, Arísia Barros, o coordenador do núcleo de pesquisa do curso de História da Ufal, Zezito Araújo, a secretária das Minorias Étnicas, Patrícia Mourão, entre outros.