O PMDB reúne hoje seus representantes de todas as partes do país para decidir se o maior partido do país deve lançar candidato à Presidência da República. Devem votar 528 "convencionais" no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal.
O PMDB reúne hoje seus representantes de todas as partes do país para decidir se o maior partido do país deve lançar candidato à Presidência da República. Devem votar 528 "convencionais" no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal.
Apesar de 528 convencionais estarem aptos a participar da convenção, o total de votos pode chegar a 726. É que muitos delegados podem votar mais de uma vez porque acumulam funções dentro do PMDB.
Até ontem, a expectativa geral é de que a legenda abrisse mão de um representante nas eleições de outubro.
Os trabalhos se iniciam às 9h, com o credenciamento dos convencionais. Atingido o quórum mínimo (266 representantes), já é possível começar a votação por meio de cédula de papel e mantido o segredo de escolha. Encerrada a votação às 17h, a direção do partido calcula já ter o resultado por volta das 18h.
Cortejado pelo PT e PSDB, a legenda está fracionada entre inúmeras alas. Os chamados "governistas" estão divididos entre apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou não participar de nenhuma forma da disputa eleitoral.
Os defensores de candidatura própria também não estão unidos e se repartem entre duas pré-candidaturas: o ex-presidente Itamar Franco e o ex-governador Anthony Garotinho, que se enfraqueceu, política e fisicamente com uma greve de fome de 11 dias.
Os integrantes do primeiro grupo não querem ter candidato próprio devido à regra da verticalização. A regra obriga que os Estados reproduzam localmente a coligação acertada em nível federal.
Sem um representante na eleição presidencial, os candidatos a governador teriam liberdade na hora de compor alianças.
Os defensores da candidatura própria afirmam que é importante que o partido volte a disputar as eleições e apresentar um projeto alternativo ao país. Eles tentam contornar o "empecilho" da verticalização, com a possibilidade de "alianças brancas" nos Estados.
Convencionais – Os convencionais reúnem senadores, deputados, membros do diretório nacional e delegados eleitos nos Estados e municípios em um grande colegiado em que uns votam mais vezes que outros alguns votam como detentor de cargo eletivo e também como membro de diretório.
Em princípio, os defensores da candidatura própria estariam confiantes no resultado deste sábado. Os diretórios que reúnem os maiores números de votos apóiam o lançamento de um candidato, a saber, Minas Gerais (64), São Paulo (57), Rio de Janeiro (52), Rio Grande do Sul (54). Juntos, teriam mais de 30% dos votos dos convencionais.
E os dois pré-candidatos prometem comparecer à convenção para defender a bandeira de um representante nas eleições de outubro.
Ontem, no entanto, o presidente do diretório de São Paulo, Orestes Quércia, admitia que a maioria do partido não queria a candidatura própria. "Temos esperança que não se derrube a candidatura própria. Mas existem problemas em Estados onde não esperávamos. Ouço muitas informações contrárias à candidatura própria", afirmou ele, em Brasília.
Também ontem, o próprio Itamar foi obrigado a desmentir que desistia de concorrer à indicação, tal o nível de boatos de que essa ala do partido "jogaria a toalha".