O ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) acusou hoje o grupo contrário à candidatura própria do PMDB ao Palácio do Planalto de tentar transformar o partido numa "prostituta".
O ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) acusou hoje o grupo contrário à candidatura própria do PMDB ao Palácio do Planalto de tentar transformar o partido numa "prostituta".
Em discurso na convenção extraordinária do PMDB, Garotinho considerou que se o partido não tiver representante na sucessão presidencial será "carimbado como um bando, uma quadrilha". O evento irá decidir se o PMDB terá ou não candidato à sucessão presidencial.
"Nos convidam a virar uma prostituta. Num Estado, vamos nos unir aos 40 ladrões, no outro, aos vendilhões da pátria. O PMDB não é uma prostituta. Não pode ir para a cama com qualquer um, a não ser com o povo", disparou.
Os senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) foram os principais alvos de Garotinho. O ex-governador acusou os dois de tentarem escrever a história do partido "com a caneta das negociatas".
Renan e Sarney deixaram o evento antes de Garotinho chegar. Ambos são contrários a candidatura própria e defensores de uma aliança informal em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Gostaria de fazer o discurso na presença do Renan e do Sarney, mas eles não estão aqui para ouvir", disse. "Ou teremos candidato próprio ou a história não nos perdoará, ou seremos carimbados como bandidos, ou seremos tratados como bando, como quadrilha", complementou.
Depois de instigar o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), a se manifestar a favor da candidatura própria, Garotinho recebeu a promessa de que a convenção oficial do partido será no dia 11 de junho. O encontro de hoje é considerado mais político.
O ex-presidente Itamar Franco também disparou críticas a grupo contrário à candidatura própria.
Ao discursar para os convencionais, Itamar afirmou que o PMDB não pode ser "submisso, coadjuvante" na disputa presidencial, "em benefício daqueles que só vivem em função de seus interesses".