A facção PCC realizou entre a noite de ontem, sexta-feira, e a manhã de hoje uma megaoperação criminosa no Estado de São Paulo. Membros da facção lançaram ao menos 55 ataques contra policiais em serviço e de folga, bem como promoveram a maior rebelião de presos da história do Estado.
A facção PCC (Primeiro Comando da Capital) realizou entre a noite de ontem, sexta-feira (12), e a manhã de hoje uma megaoperação criminosa no Estado de São Paulo. Membros da facção lançaram ao menos 55 ataques contra policiais em serviço e de folga, bem como promoveram a maior rebelião de presos da história do Estado. Pelo menos 22 presídios e CDPs (Centros de Detenção Provisória) do interior paulista têm neste momento presos rebelados ou apresentaram início de motim. Há no mínimo cem reféns. As rebeliões ocorreram num dia de visitas.
Os crimes seriam uma resposta à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa, entre Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, líder do PCC. Seu poder sobre o PCC em São Paulo é comparado ao de Fernandinho Beira-Mar no Comando Vermelho, no Rio.
Segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública, 25 pessoas morreram nos ataques –três PMs em folga, oito PMs em serviço, cinco policiais civis em folga, três guardas municipais em serviço, quatro agentes penitenciários em folga e dois civis, além da namorada de um policial e uma possível vítima de bala perdida. Os mortos ainda não foram identificados.
Do total de ataques, 28 tiveram como alvo policiais militares, enquanto outros 20 visavam policiais civis.
Há também registro de cinco feridos, segundo informações oficiais. Em entrevista coletiva –da qual participaram o governador Cláudio Lembo (PFL) e o secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho–, autoridades afirmaram que 16 suspeitos foram presos e cinco suspeitos morreram durante confrontos.
As ações ocorreram na cidade de São Paulo, na região metropolitana –em cidades como Osasco, Guarulhos e Carapicuíba, e na Baixada Santista, Cubatão e Guarujá.
Hoje, o governo estadual classificou a ação nos presídios como a maior rebelião já realizada no Estado. A maior até então fora realizada em 2001, atingindo 19 penitenciárias.
Entre as unidades rebeladas estariam as de Ribeirão Preto, Pirajuí, Mogi das Cruzes, Suzano, Araraquara, Lucélia, Lavínia, Marabá Paulista, Paraguaçu Paulista e Flórida Paulista. Não há informações de mortos e feridos nos presídios.
A megaoperação começou nesta sexta-feira, horas depois da transferência em massa de presos -cerca de 700-, no interior de SP. O objetivo seria isolar membros da facção criminosa.
Na tarde de sexta, oito integrantes do PCC haviam sido levados para o Deic para depor sobre uma suposta megarrebelião que estaria sendo planejada. O grupo deixou a unidade por volta das 8h30 deste sábado, mas o destino não foi confirmado –seria um presídio no interior.