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Sobe para 32 o nº de mortos em ataques do PPC em SP

No ataques morreram 11 PMs, cinco policiais civis, três guardas, seis agentes penitenciários e dois civis --a namorada de um policial e uma possível vítima de bala perdida. Segundo a Secretaria da Segurança, 17 suspeitos de envolvimento nos crimes foram presos e cinco mortos em confrontos.

Subiu para 32 o número de mortos na onda de ataques organizados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) contra as forças de segurança de São Paulo. Os atentados começaram na noite de sexta-feira, 12, em diversos pontos da cidade e municípios do Estado.

Até o momento foram contabilizadas 74 ações, mas o número de ataques ainda é incerto e não foi confirmado pela Secretaria de Segurança de São Paulo.

No ataques morreram 11 PMs, cinco policiais civis, três guardas, seis agentes penitenciários e dois civis –a namorada de um policial e uma possível vítima de bala perdida. Segundo a Secretaria da Segurança, 17 suspeitos de envolvimento nos crimes foram presos e cinco mortos em confrontos.

Entre a noite de ontem e a madrugada deste domingo foram registrados ataques em São Bernardo do Campo, Itapecerica da Serra, Araraquara, São José do Rio Preto, São Vicente e na capital.

Em Itapecerica da Serra, os criminosos atacaram a tiros um posto da Polícia Rodoviária Federal na rod. Régis Bittencourt. Não há informações de feridos.

Um agente de segurança da penitenciária de Araraquara (273 km noroeste de SP) foi morto por dois homens dentro de uma lanchonete. Em São Vicente (Baixada Santista), um carcereiro foi assassinado na praça Primeiro de Maio. Um outro policial teria sido atingido de raspão.

Em São José do Rio Preto (440 km noroeste de SP), dois homens em um carro vermelho dispararam contra ao Instituto Penal Agrícola (IPA). Um funcionário foi atingido pelos tiros.

Segundo informações da PM, foram efetuados mais de 20 disparos contra o instituto. Durante a fuga, a dupla trocou tiros com policiais militares e acabaram baleados. Detidos, ambos foram encaminhados para um hospital da região.

O funcionário do instituto ferido passa por cirurgia no Hospital de Base de São José do Rio Preto. Seu estado é grave.

Em São Bernardo (Grande São Paulo), os criminosos atacaram uma base comunitária da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

Na madrugada deste domingo, criminoso atiraram contra o Fórum Regional de Santana(zona norte) e lançaram duas granadas, que não explodiram.

Uma série de rebeliões também ocorreu neste sábado em prisões de todo o Estado. De acordo com balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, às 20h, ainda havia problemas em 17 das 24 unidades que registraram motins.

Reação

Os ataques começaram após uma megaoperação do governo paulista que transferiu 765 presos que integram o PCC na recém-reformada penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), na quinta-feira, 11, com a intenção de isolá-los.

Na sexta, 12, oito homens apontados como líderes do PCC foram levados para o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo. Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola.

Neste sábado, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que o governo sabia, na quarta, 10, que as transferências trariam "conseqüências". "Pensamos em todas as possibilidades e também nos riscos que nós poderíamos correr. Mas era preciso combater o que estava ocorrendo e acontecendo."

"Nós não estamos com bravatas nem com timidez. Estamos com a segurança de quem cumpre a lei e o Estado de Direito", disse o governador.

O comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que a corporação estava em alerta, com equipes de prontidão, para possíveis reações. "Acreditamos que o número de mortes, inclusive, foi bem menor se não tivesse esse tipo de alerta", disse.

Em entrevista que contou com a cúpula da Segurança no Estado, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, descartou uma possível falha do governo na estratégia de isolar a liderança do PCC.

"Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações."