As apreensões ocorrem, na maioria das vezes, em feiras do interior, como em Arapiraca, onde, na semana passada, a operação da Polícia Federal, Batalhão Ambiental e do Ibama encontrou 300 animais, que serão devolvidos para áreas de preservação ambiental até a próxima semana.
O Centro de Triagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, Ibama, recebeu, neste ano, 911 pássaros silvestres, número quase 30% maior que o registrado até junho do ano passado, quando foram apreendidos 676 animais.
As apreensões ocorrem, na maioria das vezes, em feiras do interior, como em Arapiraca, onde, na semana passada, a operação da Polícia Federal, Batalhão Ambiental e do Ibama encontrou 174 pássaros em feiras e um traficante, que tinha 126 pássaros em casa. “Ele tinha pegado os animais para a venda. A maioria era Galo da Campina, Jesus meu Deus e Mané Magro, que é um substituto do Canário da Terra”, explicou o analista ambiental do Ibama, Júlio César.
Ainda de acordo com ele, 308 pássaros e 88 répteis, entre cobras, jacarés e cagados, serão soltos, em áreas verdes e unidades de proteção ambiental, onde eles encontrarão alimentação e proteção. “Vamos soltar nesta ou na próxima semana, mas não divulgamos os locais para que os animais fiquem protegidos”, afirmou Júlio César.
Por operações especiais e fiscalização, o Ibama apreende, anualmente, mais de dois mil animais silvestres, entre pássaros, répteis e mamíferos. De 2003 para 2004, o número diminuiu em mais de mil animais, mas de 2004 para 2005, os registros voltaram a aumentar.
“A punição para quem é pego com animal silvestre é dada pela Lei 9605/98, que tem o decreto 3.179/99. Pela lei, o criminoso pega a detenção de seis meses a um ano e pode pagar multa de R$ 500 por exemplar. Se a espécie estiver em extinção, a multa aumenta e vai de três a cinco mil reais”, ressaltou o analista Júlio César.
A maioria das apreensões são de pássaros, que também aumentaram pelos relatórios do instituto. Foram 2151 animais em 2002; 3171 em 2003; 1654 em 2004; e 1908 em 2005.
Atualmente, o Estado de Alagoas tem a menor área de mata do país, equivalente a 2% do território, quando a média nacional chega a 6%. Esse percentual motivou um levantamento que será iniciado em setembro deste ano, com funcionários do Ibama e pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas.
“É o projeto ASAS – Área de Soltura pra Animais Silvestres – que vai levantar as áreas para possíveis solturas de animais. Primeiro será feito um levantamento preliminar, por satélite, e em seguida o trabalho de campo”, contou Júlio César, que passará uma semana em Belo Horizonte, para aprender mais sobre o projeto que foi implantado na capital mineira.