Categorias: Esporte

Favorito, Brasil estréia e testa o quadrado mágico

Mas os dribles e lances magistrais protagonizados por Kaká, Adriano, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, para frustração dos fãs, podem não durar até o final do Mundial. O técnico já deixou claro que os resultados definirão se o esquema será mantido ou não durante o torneio.

UOL

Os dois Ronaldos são a principal aposta dos brasileiros no mundial da Alemanha

O futebol ofensivo do Brasil, representado pelo "quadrado mágico" montado por Carlos Alberto Parreira, estréia na Copa da Alemanha nesta terça-feira, diante da Croácia, às 16h (horário de Brasília), no Estádio Olímpico, em Berlim.

Mas os dribles e lances magistrais protagonizados por Kaká, Adriano, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, para frustração dos fãs, podem não durar até o final do Mundial. O técnico já deixou claro que os resultados definirão se o esquema será mantido ou não durante o torneio.

"[O quadrado] só vai funcionar se a equipe render como um todo. Futebol é coletivo. Não podemos ter apenas o Emerson e o Zé Roberto marcando no meio-campo. Se isso acontecer, dificilmente chegaremos até a final", disse Parreira.

Taxado de retranqueiro e pragmático até conquistar o tetracampeonato, em 1994, nos Estados Unidos, o treinador, muitas vezes, demonstra preocupação com o sistema defensivo. Para dar certo, o quarteto deve ajudar na marcação para não sobrecarregar volantes e zagueiros. "O esquema precisa ser flexível e pode mudar durante a competição", frisou.

Não só o técnico como os demais integrantes da comissão técnica e jogadores sabem que apenas a conquista do sexto título será aceita. O favoritismo exacerbado se tornou um obstáculo para o time, e Parreira está disposto a fazer o que for preciso para não decepcionar torcedores e críticos.

"O que o Parreira pede é um pouco de ajuda e um sacrifício dos atacantes, e nós estamos dispostos a contribuir", afirmou Ronaldo, artilheiro em 2002 com oito gols.

Parreira estreou a formação na vitória sobre o Peru por 1 a 0, em Goiânia, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. A manteve na conquista da Copa das Confederações e dará seqüência na Copa do Mundo.

Poucas vezes se criou tanta expectativa em torno de uma equipe. Atual campeão, o Brasil entra em campo com sua tradição – são cinco títulos -, o retrospecto positivo de ter vencido tudo o que disputou nos últimos quatro anos e com os jogadores mais badalados do planeta.

"Existe uma pressão enorme sobre o Brasil, nós sabemos da nossa responsabilidade e vamos levar o torneio a sério. O time está pronto e consciente do que precisa fazer em campo. Pretendemos não decepcionar ninguém", completou Ronaldinho Gaúcho.

A Croácia promete ser um bom parâmetro para Parreira. Segundo o técnico, o primeiro adversário do Brasil irá atuar de forma defensiva e deverá explorar os contra-ataques.

"Os dois alas [Babic e Srna] saem muito, são muito rápidos e vão ao ataque mesmo. Nós temos que ter cuidados defensivos para não sermos surpreendidos", analisou o comandante, que acompanhou atentamente a derrota do primeiro rival para a Espanha, por 2 a 1, na última semana.

O técnico croata Zlatko Kranjcar terá todos os seus jogadores à disposição. Durante a preparação, o treinador viu diversas peças de sua equipe sentirem lesões, mas todos se recuperaram. "Estamos em forma, estamos motivados e estamos prontos para o jogo", disse.

Brasil e Croácia estão no Grupo F. A Austrália, segundo adversário da seleção, venceu de virada o Japão, dirigido por Zico, por 3 a 1. "Precisamos vencer para não deixar os australianos dispararem. Como diz o Parreira, o importante é ganhar, não importa como", discursou Cafu.