A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) esperava ouvir quatro meninas identificadas pela vítima, mas apenas três compareceram. A tia da quarta envolvida, que pediu para não ser identificada, explicou que a sobrinha viajou para o Maranhão.
Três adolescentes acusadas de envolvimento com a gangue que fazia ameaças pelo Orkut a uma aluna do Centro de Ensino Fundamental 02 de Brasília prestaram depoimentos. A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) esperava ouvir quatro meninas identificadas pela vítima, mas apenas três compareceram. A tia da quarta envolvida, que pediu para não ser identificada, explicou que a sobrinha viajou para o Maranhão. O delegado responsável pelo caso, Yuri Santana, disse que o depoimento dela não era de grande importância. “O inquérito pode ser fechado sem a oitiva dela. No processo, se for o caso, ela será intimada por carta precatória”, explica.
O delegado ainda vai ouvir mais duas pessoas. O adolescente acusado de criar a comunidade no Orkut que difamava a menina e uma garota, aparentemente envolvida no caso. Um primeiro inquérito policial, mais simples, será encerrado após os dois depoimentos. Como as garotas ouvidas admitiram ter insultado a estudante, mas não participaram do cerco ao colégio, a investigação vai ser concluída rapidamente.
Outro inquérito ainda terá que ser aberto para identificar as adolescentes que cercaram e ameaçaram a adolescente de agressão. “Em relação ao cerco, nós ainda vamos investigar”, conta. ”Mas como há muitas pessoas envolvidas, o inquérito vai ser mais demorado”, completa.
Uma das meninas que prestou depoimento diz estar arrependida do que fez. “Se pudesse, não faria de novo. Ela não merecia isso”, lamentou. Ela ainda explicou que entrou na comunidade porque conheceu, por meio do transporte escolar, uma menina da gangue que já queria agredir a menina. “Eu entrei nessa de boba. Agora estou com medo delas, porque eu tenho que falar a verdade para o delegado”, explica.
A mãe da garota também defendeu a filha. “Ela só deu um palpite na Internet. Horroroso, mas foi só um palpite. Minha filha não faz parte de gangue”, afirmou. A mãe aproveitou para dar um conselho. “A gente acha que por estarem em casa, os filhos estão salvos. Mas na Internet, eles fazem coisas que a gente nem sonha”, alertou.
O advogado de duas adolescentes acusadas, Fábio Mendonça, minimizou o ato de suas clientes. “Foi uma briguinha infanto-juvenil. Elas criaram uma comunidade no Orkut e ficaram se xingando. A meu ver, isso é comum", defendeu.