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Núcleo vai intermediar casos de crimes contra homossexuais

“Com a criação do núcleo vamos poder cobrar mais agilidade nas investigações e ver meios de acabar com essa forma preconceituosa de tratar o homossexual, principalmente dentro das delegacias, onde muitas vezes chegamos como vítimas e saímos como réus”, explicou o presidente do GGAL, José Carlos Mérthem.

Alagoas 24 Horas

Presidente do GGAL diz que providências serão tomadas

Um núcleo composto por representantes do Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar e do Grupo Gay de Alagoas (GGAL) vai passar a acompanhar e cobrar mais agilidade nas investigações dos crimes homossexuais no Estado. A informação foi repassada hoje, durante a reunião do grupo com a cúpula de Segurança Pública de Alagoas.

De acordo com o secretário Coordenador de Justiça e Defesa Social, coronel Ronaldo dos Santos, o núcleo vai intermediar a causa homossexual e procurar soluções para os problemas. “A proposta de criação do núcleo surgiu devido à demanda insuficiente para criação de uma delegacia especializada para os homossexuais. Hoje seria apresentado também um perfil dos crimes apresentadas na última reunião e o andamento dos inquéritos, mas foi adiado para a próxima sexta-feira por causa de uma viagem do coronel Adilson, que está responsável pelo levantamento”, disse.

Para o presidente do GGAL, José Carlos Mérthem, a criação do núcleo vai poder abordar junto com o grupo os principais problemas dos homossexuais, que vão desde os crimes homofóbicos aos preconceitos sofridos nas secretarias. “Com a criação do núcleo vamos poder cobrar mais agilidade nas investigações e ver meios de acabar com essa forma preconceituosa de tratar o homossexual, principalmente dentro das delegacias, onde muitas vezes chegamos como vítimas e saímos como réus”, explicou Mérthem.

Ameaça

O medo dos homossexuais com a questão da violência no Estado é grande. Na última quinta-feira (20), o presidente do Grupo Gay de Alagoas, José Carlos Mérthem, foi ameaçado por meio de mensagem de texto de celular.

No dia em que foi registrada e divulgada a morte de mais um homossexual em Alagoas, igualando ao índice de mortes do ano passado, o vice-presidente do GGAL e membro da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travesti (ABGLT), Marcelo Nascimento, recebeu uma mensagem no celular – com o identificador de chamada desligado – onde informava que a próxima vítima seria o presidente do GGAL.

No mesmo dia, Mérten chegou a receber uma ligação em seu trabalho onde diziam novamente que seria vítima de homicídio. “Como não houve mais ameaça levamos o caso como uma brincadeira de mal-gosto, mas para me precaver informamos ao secretário de Defesa Social e estou tomando mais cuidado nas ruas”, afirmou Mérthem.

O secretário de Defesa Social informou que, devido ao fato do ameaçado ter levado a mensagem como uma brincadeira de mal-gosto e não ter prestado queixa, os telefones do presidente e vice do GGAL não estão sendo rastreados pela polícia, mas caso eles queiram formalizar, o caso pode ser investigado pela polícia.