Categorias: Política Religião

CNBB pede para eleitor não votar em mensaleiro e sanguessuga

Segundo o Secretário-Geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, a instituição não vai apontar os nomes dos corruptos; a intenção é alertar os eleitores de que o voto "não tem preço, mas tem conseqüência e não pode ser decidido por uma amizade".

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) vai alertar os eleitores a não votar em candidatos envolvidos em denúncias de corrupção. O presidente da CNBB, cardeal Geraldo Magella, disse hoje que a instituição não vai se posicionar contra nenhum dos candidatos com exceção dos que são "corruptos declarados".

Segundo o Secretário-Geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, a instituição não vai apontar os nomes dos corruptos; a intenção é alertar os eleitores de que o voto "não tem preço, mas tem conseqüência e não pode ser decidido por uma amizade".

"Não é necessário que a CNBB diga quem são os corruptos, os sanguessugas e mensaleiros. Não vamos fazer listas, mas orientar que a sociedade escolha as pessoas idôneas", disse Dom Odilo.

Apesar da orientação, o vice-presidente da CNBB, dom Antônio Celso de Queiroz, disse que nem todos os parlamentares que foram apontados pelo Congresso como mensaleiros ou sanguessugas estão comprovadamente envolvidos com esquemas de corrupção.

"Há casos em que é preciso ficar atento. Não basta [o parlamentar] estar indicado [pelas CPIs]. É preciso averiguar, analisar as provas. É uma pena que [o escândalo dos sanguessugas] tenha aparecido na proximidade da campanha eleitoral", disse.

Segundo dom Antônio, "não é de hoje que políticos roubam". "Isso faz parte da cultura política", disse. Por isso, ele recomenda que os eleitores estejam atentos, mas "não sejam inconseqüentes".

Na avaliação do vice-presidente da CNBB, dificilmente as denúncias contra os sanguessugas serão julgadas neste ano pelo Congresso. "Não sei se vai haver tempo para esclarecer tudo isso. O importante é que seja dado um alerta claro de que a impunidade não é tão simples como parece", disse.