A ameaça se concretizou nesta madrugada e um grupo formado por cerca de dez acadêmicos de Medicina e Odontologia não cumpriu o plantão que iria de meia noite às 7h da manhã.
A ameaça se concretizou nesta madrugada e um grupo formado por cerca de dez acadêmicos de Medicina e Odontologia não cumpriu o plantão que iria de meia noite às 7h da manhã.
O protesto é pela falta de acomodações na Unidade de Emergência Armando Lages, que está sendo ligada ao Hospital José Carneiro e, por isso, passa por reformas estruturais que devem terminar no mês de dezembro.
Uma das mudanças foi feita na última terça-feira, quando a equipe de Vigilância Sanitária do Hospital José Carneiro ocupou a sala utilizada pelos estudantes, que foram transferidos para uma sala menor, que não possui camas suficientes.
“Nesse plantão os estudantes só ficaram das 19h às 24h. No prédio deixamos ofícios espalhados, dizendo que não iremos mais ficar depois da meia noite por falta de acomodações”, disse uma das estudantes.
Hoje, o chefe do Centro de Estudos, Marcos Holanda, se reuniu com a direção do hospital e pediu providências para a nova sala ocupada pelos estudantes. “A sala precisa de uma divisória e novas tubulações para o ar condicionado. Queríamos a reforma logo, mas a direção disse que só poderia ser feita na segunda-feira”, afirmou.
Ainda hoje, Holanda disse que vai reunir os chefes de equipes do plantão para definirem se alguns estudantes serão liberados ou se eles continuarão sem atuar de 24h às 7h. “Acho que nós teremos que reduzir o número da equipe até que tenhamos uma resolução definitiva. O quarto é muito pequeno e só cabem quatro estudantes”, finalizou.
Sobre a ausência dos estudantes no plantão, Marcos Holanda reconheceu que eles agilizam o atendimento e ajudam durante os procedimentos médicos, mas ressaltou que o atendimento dos profissionais não parou na Unidade de Emergência.
Ontem, pela assessoria do hospital, o diretor do Centro Administrativo, Fernando Nunes, disse que as mudanças são provisórias, mas não há um prazo para trocar novamente o quarto dos estudantes.
Com as obras, a direção espera acabar com problemas de superlotação, já que passará de 149 leitos para 410 e de 17 leitos para 50, na UTI. O projeto também prevê a criação de duas portas de entrada no hospital: uma para doentes graves e outra rampa para emergências.
O protesto realizado pelos acadêmicos pode piorar o atendimento na Unidade de Emergência Armando Lages, que já sofre com problemas de superlotação.
O grupo é formado por quase cem estudantes, que são responsáveis por todo o atendimento realizado na Unidade de Emergência, como triagem de pacientes, suturas e ajuda durante as cirurgias.
No último domingo, o número de ocorrências provocou congestionamento de viaturas do Samu e Bombeiros, na porta do hospital.
Uma das funcionárias disse que o volume de pessoas e a falta de leitos para atender a demanda são problemas enfrentados por médicos e pacientes. O problema também afetou equipes do Samu e dos Bombeiros, que estavam paradas, à espera das macas.
De acordo com Marcos Holanda, uma reunião com todos os chefes de equipes foi marcada para amanhã, às 19h. Nesta madrugada, os estudantes realizarão o plantão até meia noite e deixarão o plantão entre 24h às 7h da manhã.
Atualizado às 19h20