Do artesanato feito com Bilro às cerâmicas de uma comunidade quilombola, conhecidas internacionalmente, sem falar nos alimentos cultivados pelo interior do Estado – tudo isso e muito mais pode ser visto na I Feira da Agricultura Familiar de Alagoas.
Do artesanato feito com Bilro às cerâmicas de uma comunidade quilombola, conhecidas internacionalmente, sem falar nos alimentos cultivados pelo interior do Estado – tudo isso e muito mais pode ser visto na I Feira da Agricultura Familiar de Alagoas.
O evento é um projeto piloto, que é realizado no Centro de Convenções de Maceió desde a última sexta-feira. “Todo ano acontece uma feira nacional como essa, que tem a participação de 30 expositores de Alagoas. Então fizemos essa e esperamos que seja o início de uma feira que aconteça anualmente no Estado”, disse Thereza Siqueira, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Alagoas.
Quem visita a feira encontra 103 estandes de agricultores e artesãos de assentamentos agrários, pescadores, quilombolas e grupos que formaram cooperativas. “Temos várias amostras de projetos que tiveram sucesso, como a primeira fecularia do nordeste e o licor de leite de cabra”, explicou Thereza Siqueira.
Um dos exemplos é a comunidade Quilombolas do Muquém, que confecciona cerâmicas no município de União dos Palmares. Na feira, os visitantes puderam ver como são feitas algumas peças, com o trabalho da artesã Irinéia da Silva, 59. “Aprendi com minha mãe, que aprendeu com minha avó. Hoje são poucos os que se interessam, mas eu gosto, levo minutos ou até uma hora para fazer uma peça grande”, conta a artesã.
Na comunidade, outras 12 pessoas também fazem o ofício, que já foi exposto em Brasília, São Paulo, Estados Unidos e França. “Nós tiramos a argila da terra mesmo. Quando tem alguma oportunidade para expor fora de Alagoas, nós contamos com o apoio do Sebrae”, afirmou Albertina Nunes.
De acordo com os participantes da feira, o artesanato também é ensinado em associações culturais ou escolas especializadas, como é o caso de uma associação em Maragogi – onde é ensinada a confecção de artefatos com a fibra da bananeira – e da Casa da Cultura, no município de São Sebastião. Foi nessa escola que Amanda Machado, 8, aprendeu a arte do Bilro.
“Eu aprendi desde os seis anos e não acho nada difícil”, diz a menina, que surpreendia todos os que passavam com a agilidade com que tecia um pedaço de renda. A tia dela, Vânia Moraes, contou que todos da família são ligados ao artesanato e que na Casa da Cultura também são ensinadas a arte na tapeçaria e em madeira, a crianças a partir de cinco anos de idade.
“A feira para a gente é mais que a comercialização. O que mais importa é a divulgação do artesanato, que pouca gente conhece”, finalizou a artesã.
O evento, realizado no Jaraguá, conta ainda com palestras e simpósios sobre sucessos que vieram de experiências, como a Cooperativa Pindorama. Às 16h, está marcada a apresentação do Coral Encantado dos Correios e às 20h será o encerramento da feira.