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Ordem judicial é cumprida e terreno desocupado

Terminou o sofrimento coletivo dos moradores do terreno invadido no Tabuleiro do Martins, próximo ao Distrito Industrial. No entanto, com o cumprimento da ordem judicial, fez com que a dor se individualiza-se. Agora, é cada um por si. Neste momento, as famílias caminham entre os escombros deixados pelos tratores recolhendo sobras e pertences. “Quem sabe dê para reaproveitar as telhas e alguns tijolos”, colocou José Firmino da Silva, mesmo sem saber ao certo para onde vai com a esposa agora.

Luis Vilar

Trator destrói as construções irregulares no terreno invadido

Terminou o sofrimento coletivo dos moradores do terreno invadido no Tabuleiro do Martins, próximo ao Distrito Industrial. No entanto, com o cumprimento da ordem judicial, fez com que a dor se individualiza-se. Agora, é cada um por si. Neste momento, as famílias caminham entre os escombros deixados pelos tratores recolhendo sobras e pertences. “Quem sabe dê para reaproveitar as telhas e alguns tijolos”, colocou José Firmino da Silva, mesmo sem saber ao certo para onde vai com a esposa agora.

“Os meus filhos eu vou deixar com os avós em Viçosa, mas eu e minha esposa temos que me virar. Eu, ela, os colchões e a televisão. Só o que sobrou”, contou. Firmino – assim como a grande maioria dos invasores – estava no terreno há sete meses. Ao todo eram 250 famílias. Cerca de 1.500 pessoas. “Eu quero ver é eles derrubarem o prédio dos ricos. Tem muito rico que invade terreno. Pensa que pobre não sabe destas coisas. Sabe sim”, concluiu Firmino, enquanto retirava as coisas de dentro de casa ao lado da mulher.

A reintegração de posse do terreno foi determinada no dia 1° de agosto de 2006 e dado um prazo para a desocupação, que expirou hoje. O juiz da 18ª Vara Civil, Cláudio Gomes, determinou – por meio de liminar – a saída dos moradores. Cerca de 400 policiais foram acionados, entre Batalhão de Operações Policiais, Cavalaria e outros Batalhões da PM. No confronto entre os moradores e os policiais um saldo de três feridos: um homem, uma senhora idosa e uma garota de 5 anos de idade.

Eles foram socorridos no local pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Corpo de Bombeiros. Assim que a criança foi ferida, os moradores se renderam aos policiais e saíram de suas casas pacificamente. “Não há como medir forças. Infelizmente”, colocou um dos moradores. O BOPE foi o primeiro a entrar no terreno com bombas de gás e bolas de borracha. “Agora é aceitar a tragédia e voltar ou para o aluguel, ou para o meio da rua”, destacou Firmino.