O advogado de defesa do deputado Luiz Pedro da Silva (PMN), José Fragoso, disse que o parlamentar pode se apresentar a qualquer momento, mas que “é uma decisão que cabe apenas ao Luiz Pedro e que há outros caminhos judiciais a serem seguidos, como o pedido de habeas corpus e revogação da prisão”. Fragoso colocou ainda que se surpreendeu com a forma como a prisão foi colocada.
O advogado de defesa do deputado Luiz Pedro da Silva (PMN), José Fragoso, disse que o parlamentar pode se apresentar a qualquer momento, mas que “é uma decisão que cabe apenas ao Luiz Pedro e que há outros caminhos judiciais a serem seguidos, como o pedido de habeas corpus e revogação da prisão”. Fragoso colocou ainda que se surpreendeu com a forma como a prisão foi colocada.
“Não há flagrante delito, o crime, mesmo sendo de caráter permanente, aconteceu há dois anos e não há indícios que ligue a natureza do fato ao deputado Luiz Pedro. Eu fiquei surpreso com a forma como o Ministério Público solicitou a prisão. Não havia a necessidade da prisão em flagrante delito”, destacou Fragoso.
O advogado disse ainda que o deputado ainda não optou pelo caminho a ser seguido. “Ele pode se entregar, como pode entrar com o pedido de habeas corpus ou revogação da prisão. Tudo depende agora da decisão do parlamentar”, finalizou Fragoso.
A prisão de Luiz Pedro foi solicitada pelo procurador-geral de Justiça de Alagoas, Coaracy Fonseca, na tarde de ontem. O pedido foi acatado pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Manso. Luiz Pedro é suspeito em crimes de seqüestro, cárcere privado e formação de quadrilha.
Segundo a denúncia, o deputado comandou a ação de um grupo de extermínio que, na madrugada do dia 12 de agosto de 2004, seqüestrou, com emprego de arma de fogo, Carlos Roberto Rocha Santos, residente do bairro do Clima Bom, até hoje desaparecido.
De acordo com Fonseca, o pedido de prisão é uma medida de força para preservação da vida de testemunhas e das próprias autoridades, já que, logo após o oferecimento da denúncia, uma testemunha-chave de acusação sofreu um atentado e encontra-se em estado grave na Unidade de Emergência.
Durante entrevista coletiva hoje à tarde, o procurador-geral de Justiça confirmou que a vítima do atentado – o ex-agente penitenciário Luciano Lima iria prestar depoimento nesta segunda-feira, no Fórum de Maceió, com relação a outro crime (o assassinato de Beroaldo de França) que envolve pessoas ligadas ao deputado.
Pelo menos cinco pessoas, segundo o chefe do Ministério Público Alagoano, foram incluídos no Programa Nacional de Proteção de Testemunhas. O próprio Luciano Lima deveria estar no programa, mas por não concordar com as regras as quais os protegidos devem se submeter (como, por exemplo, a saída do estado), abriu mão de sua segurança.
"A ação de um grupo de extermínio em Maceió, envolvendo o deputado estadual Luiz Pedro vem sendo investigada há vários anos. É um trabalho paciente e cuidadoso, já que estamos lidando com a nata da criminalidade alagoana. Não foi fácil reunir as provas suficientes. Já houve muita queima de arquivo. Esse atentado é um exemplo disso", esclareceu Fonseca.
Fonseca também lembrou que a ação do grupo de extermínio na capital alagoana, já foi noticiada no relatório final da CPI dos Grupos de Extermínio e Pistolagem no Nordeste, que tramitou no Congresso Nacional. No relatório, o parlamentar é citado como sendo "um justiceiro" que atua há mais de uma década impunemente".
O deputado destaca que Coaracy Fonseca se precipitou ao solicitar a prisão e que o crime será esclarecido em breve, provando que ele não tem nada a ver com grupo de extermínio, ou seqüestros.
“Eu fico triste com o que vem acontecendo. Porque sou uma pessoa que trabalha e o que faço incomoda muita gente. Vejo motivação política nisto tudo. Agora, quando for comprovada a minha inocência, como é que fica a minha imagem, que foi colocada o tempo todo na mídia como bandido”, declarou Luiz Pedro.
O deputado colocou ainda que depois das denúncias sua família vem vivendo maus momentos. “Meus filhos não podem mais ir para a faculdade, porque fica todo mundo dizendo que o pai deles é bandido. Um absurdo isto”, finaliza.