A situação é crítica; desgastante; estressante e acabou virando uma bola de neve. O time que chegou ao tão sonhado G 4 e somou nove partidas sem derrota, acabou caiu do céu e entrando nas profundezas da agonia, numa longa viagem iniciada no dia 26 de agosto, quando o CRB perdeu por 1 x 0 para o Remo, em Belém, e chegou à beira do abismo no último sábado, quando perdeu por 2 x 0 para o São Raimundo, em Manaus.
A situação é crítica; desgastante; estressante e acabou virando uma bola de neve.
O time que chegou ao tão sonhado G 4 e somou nove partidas sem derrota, acabou caiu do céu e entrando nas profundezas da agonia, numa longa viagem iniciada no dia 26 de agosto, quando o CRB perdeu por 1 x 0 para o Remo, em Belém, e chegou à beira do abismo no último sábado, quando perdeu por 2 x 0 para o São Raimundo, em Manaus.
Neste intervalo de tempo o CRB jogou seis vezes – empatou uma e perdeu cinco – e conseguiu apenas um ponto em 18 disputados. Quando tudo ia bem o treinador era o “melhor” e o elenco “perfeito”. Como tudo que vai bem, muitas vezes dispensa reparos, talvez esse tenha sido o grande erro.
É bom lembrar que, quando o CRB ia bem, havia atraso de salário; o treinador era o mesmo e o elenco também. Para quem não sabe, tudo começou com uma declaração “infeliz” do meia Junior Amorim, até então grande ídolo da torcida, sobre atraso de salários.
A informação chegou à imprensa e criou uma série de especulações. No decorrer dos dias Junior Amorim foi punido por faltar ao treino – ele não atuaria no jogo seguinte por ter sido expulso – e foi visto jogando futevôlei na Ponta Verde. O meia foi punido e ameaçado de dispensa.
Nos dias seguintes o item salário voltou à pauta e o atacante Bebeto passou a ser a bola da vez nas polêmicas. Comentou-se, nos bastidores, que um grupo de jogadores não estaria satisfeito com a postura de Bebeto, tachado de “cara preta”.
A verdade é que o CRB se perdeu no meio do caminho pela falta de algo simples, num relacionamento coletivo: o diálogo.
Agora, com a corda apertando o pescoço do Galo, eis que todos resolveram se unir. Uns em favor de Cavalo; outros por Junior Amorim, a exemplo do próprio Roberto Cavalo, que parou o treino desta tarde para homenagear o meia pela atuação e vontade mostrada no último jogo e no treino de hoje.
Ele é vice-diretor financeiro do CRB; mas passou a ser o assessor de comunicação, o porta voz à imprensa e o homem responsável para trazer a paz de volta à Pajuçara. Em meio a tantos problemas, no mais recente – a briga do presidente José Cabral com Elder Pereira, coordenador Administrativo – foi Eduardo quem colocou ordem na casa.
Esta tarde, após o treino do Galo, para o jogo de amanhã, contra o Vila Nova, às 20h30, no Rei Pelé, a crônica esportiva abordou Eduardo Rocha, no que acabou virando uma entrevista coletiva. Entre suas respostas Eduardo acabou desabafando que se sente só. “Eu queria mais uns dez Eduardo por aqui”.
Quanto às polêmicas declarações do presidente José Cabral, que até chamou o presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAL), Raimundo Soares, de moleque, e afirmou que não assinaria a contratação do atacante Gilson Sergipano nem com as mãos amarradas, Eduardo foi enfático: “Cabral não renunciou. Ele estava de cabeça quente e nós conversamos com ele, que é uma pessoa responsável e vai permanecer até que o presidente Celso retorne.
Sobre a polêmica com o supervisor Elder Pereira, Eduardo justificou: “É o clima de intranqüilidade. Eu só acho que a gente deveria resolver a situação dentro da mesa de reunião e não com a imprensa. O CRB é maior que Celso Luiz, Elder Pereira, José Cabral e Eduardo Rocha”.
Por causa dos últimos resultados Eduardo Rocha chegou a afirmar que, em caso de nova derrota, a comissão técnica seria afastada, juntamente com alguns jogadores. O Alagoas24horas noticiou, em primeira mão, que a diretoria do Galo manteve contato com Valdir Espinosa.
“É claro que cinco derrotas seguidas e apenas um empate deixam qualquer treinador numa situação complicada. Mas posso afirmar que o professor Cavalo é um ótimo profissional e uma figura humana de um valor inestimável. Infelizmente treinador vive de resultado. Quanto à contratação de outro treinador isso deve ter vazado de alguém que não foi daqui, mas é mérito da imprensa, de divulgar esses furos. Mas ainda não é hora de falar sobre isso. Vamos esperar o jogo de amanhã”, argumentou Eduardo.
Na entrevista, Eduardo Rocha confirmou a regularização do atacante Nilson Sergipano, um dos motivos da polêmica envolvendo o presidente José Cabral. “Eu cheguei a apostar com o Gustavo Feijó, que é procurador do Nilson, que ele não regularia o jogador a tempo, porque as transações internacionais demoram muito. Mas a documentação já foi para a CBF, de avião, e uma pessoa está esperando no aeroporto justamente para encaminhar à CBF, ainda hoje”, afirmou.
Quanto ao assunto dinheiro, Eduardo Rocha confirmou que todos os 20 jogadores relacionados para o jogo de amanhã, estão com os salários em dia. “Estamos em débito com alguns jogadores e o pessoal administrativo, mas acredito que ainda nesta semana a situação vai estar resolvida”, afirmou.
Fechando o ciclo de problemas da semana, os jogos do Universal, time do empresário Gustavo Feijó. Os jogos na Pajuçara foram contestados pelo presidente José Cabral. A atitude do presidente foi desaprovada pela diretoria e José Cabral acabou atirando para todos os lados e, hoje, levou o contra-ataque de Elder Pereira.
O impasse foi resolvido graças à intervenção de Eduardo Rocha. Cabral, que havia renunciado, continua no cargo; o Universal, que não jogaria no Severiano Gomes Filho, permanece com o mando de campo; Nilson Sergipano, que na opinião de Cabral não deveria nem circular pela Pajuçara, está contratado, com a assinatura de Cabral, que nem precisou ter as mãos amarradas.
É bem verdade que em todo lugar é preciso alguém com a mão de ferro. Como o CRB não tem essa pessoa, Eduardo usou o sobrenome e caiu como uma ROCHA para dar um basta, pelo menos até o jogo de amanhã. Até lá, está tudo zerado. Basta um gol para que o Galo amanheça cantado e encantando o torcedor regatiano, que tem prestigiado e apoiado o time em todos os momentos.