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Defesa Civil e Unicef discutem como atender crianças em risco do Semi-árido

Os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e norte de Minas Gerais formam a região do Semi-árido.

Representantes da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) do Ministério da Integração Nacional participam, nesta segunda-feira, em Recife (PE), de uma reunião com os integrantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Eles irão discutir a elaboração de um plano emergencial de atenção às crianças que vivem em situação de risco no Semi-árido brasileiro. Os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e norte de Minas Gerais formam a região do Semi-árido.

A Sedec foi convidada para participar do projeto por causa das ações que desenvolve em todo o país, tanto na área humanitária no socorro às vitimas de desastres, quanto na qualificação de agentes para atuar na prevenção.

De acordo com Sérgio Bezerra, diretor do Departamento de Minimização de Desastres da Sedec, durante a reunião com os representantes do Unicef, será avaliada a situação em que vivem as crianças do Semi- árido para traçar estratégias que possam garantir seus direitos universais.

“A rapidez , a presteza e o fato de trabalhar em conjunto com a defesa civil no estados e municípios favorecem respostas rápidas em situações de risco”, completou Bezerra.

O Unicef considera que crianças vítimas de desnutrição, que estão fora da escola e vivem em áreas onde não há distribuição de água e falta saneamento básico estão em situação de risco.

De acordo com relatório do Fundo, quase metade das crianças e adolescentes da região (42%) não tem acesso à rede geral de água, poço ou nascente, em sua casa ou no entorno. Dos 26,4 milhões de habitantes do Semi-árido, 10,9 milhões têm até 17 anos, representando 41,3% da população total.

Em relação aos bens de consumo, o relatório do Unicef aponta que menos de 30% das famílias que vivem na área rural semi-árida têm acesso a eletrodomésticos, como geladeira ou freezer, já incorporados ao cotidiano de praticamente 80% das crianças e adolescentes brasileiros.

A exclusão digital aparece de modo generalizado na região, menos de 3% das famílias com crianças e adolescentes têm acesso ao computador. Cerca de 75% das crianças e adolescentes do Semi- árido vivem em famílias onde a renda per capta é menor que ½ salário mínimo.

Mais de 350 mil crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos, não freqüentam a escola no Semi-árido. Das crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos, que estão fora da escola no Brasil, 23,8% estão no Semi-árido.

Fred Spilberg, do escritório do Unicef em Genebra , na Suíça, Iván Yerovi, do escritório regional do Panamá e Halim Girade, oficial de Projetos do Unicef no Brasil participarão da reunião com os representantes da Defesa Civil. O encontro, que termina na quarta-feira, terá , ainda, a presença de técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão do Ministério da Saúde responsável pela assistência à saúde das populações indígenas.

Sedec e Funasa irão discutir uma parceria para capacitar os agentes indígenas de saúde (AIS) em primeiros socorros, prevenção de desastres naturais, operação de radiofonia e transporte de vítimas de acidentes.