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Padre que fez milagres no Brasil é beatificado

O processo de beatificação de Padre Mariano ocorreu por causa de um milagre que a Igreja Católica considera ter ocorrido em 1996 com João Paulo Palotto, que na época tinha 6 anos e vivia em São José do Rio Preto, a 266 km da capital.

G1

Adolescente acredita ter sido salvo por orações feitas ao padre

O padre espanhol Mariano de la Matta, que viveu 52 anos no Brasil, foi beatificado na manhã deste domingo, em cerimônia realizada na Catedral da Sé, no centro de São Paulo. A missa foi celebrada pelo cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação das Causas dos Santos e representante do Papa Bento XVI, acompanhado do cardeal Dom Cláudio Hummes.

Cerca de 8 mil pessoas participaram da celebração. Entre os milhares de fiéis, um grupo de 30 pessoas da família Palotto se destacava pelo entusiasmo. O processo de beatificação de Padre Mariano ocorreu por causa de um milagre que a Igreja Católica considera ter ocorrido em 1996 com João Paulo Palotto, que na época tinha 6 anos e vivia em São José do Rio Preto, a 266 km da capital.

Hoje com 16 anos, o adolescente admite que não é um católico praticante, mas que apesar disso acredita ter sido salvo pela intercessão do padre. Em 26 de agosto de 1996, durante uma excursão escolar em Barra Bonita, localizada a 302 km da capital, ele foi atropelado por um caminhão. Sofreu traumatismo craniano, hemorragia cerebral e foi internado com parada respiratória.

O acidente mobilizou padres e alunos do colégio no qual ele estudava, que teriam rezado para que Padre Mariano intercedesse na cura do menino. Em quatro dias ele estava fora do coma e em 10 dias já voltou às atividades normais. Os relatos da recuperação até hoje surpreendem o adolescente. "Eu considero um milagre o que aconteceu comigo. Já conversei com os médicos que me atenderam e todos não entendem como estou aqui hoje".

A mãe do adolescente, a médica ginecologista Eliane Lopes, de 48 anos, chegou a pensar que o filho não se recuperaria. "Ele melhorou muito rápido de um quadro muito grave e sem nenhuma seqüela. O que foi mais surpreendente foi a rapidez e a perfeição da cura", disse.

Como médica, ela diz que o quadro mais provável era da morte do filho, pois ele não teve socorro adequado momentos após o acidente e seu quadro era muito grave, com duas fraturas no crânio e hemorragia. Segundo ela, uma recuperação era possível, mas deveria deixar seqüelas e demorar, no mínimo, seis meses. "A fé potencializou a ciência", afirma.

Processo

O processo de beatificação do padre Mariano foi aberto em 31 de maio de 1997, pelo então cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Este ano, o Papa Bento XVI reconheceu o caso de Palotto como o primeiro milagre atribuído ao padre. Segundo Dom Cláudio, atual prefeito da Congregação do Clero e administrador apostólico da arquidiocese de São Paulo, padre Mariano é exemplo para outros religiosos do Brasil.

Mariano chegou em 1931 ao país, onde morou até o ano de sua morte, em 1983. Na avaliação do cardeal José Saraiva Martins, o religioso é exemplo de dedicação aos pobres, doentes e idosos. "A pessoa que a igreja canoniza é exemplo não apenas para os cristãos, mas para o mundo", disse o cardeal. Esta foi a quarta beatificação de religiosos atuantes no Brasil. As outras foram do Frei Galvão, Padre Anchieta, Padre Reus e Madre Paulina, que também foi canonizada.

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