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Famílias das vítimas do acidente da Gol entram com ação nos EUA

Baseados em um investigação paralela conduzida por um perito americano, os advogados apontaram falhas cometidas pelas empresas, que teriam causado o acidente que vitimou 154 pessoas.

Uma nova ação de famílias de vítimas do acidente com o Boeing da Gol está sendo movida nos Estados Unidos.

Advogados brasileiros e americanos que representam famílias de dez vítimas do acidente, ocorrido no dia 29 de setembro, entraram com ação na Corte de Nova York (EUA) na segunda-feira , contra as empresas ExcelAire, dona do jatinho Legacy, e a Honeywell International, fabricante do sistema anti-colisão (transponder) instalado no Legacy.

Baseados em um investigação paralela conduzida por um perito americano, os advogados apontaram falhas cometidas pelas empresas, que teriam causado o acidente que vitimou 154 pessoas.

Em uma coletiva na manhã desta terça-feira (07), os advogados afirmaram que o acidente não teria acontecido se não houvesse falhas das duas empresas.

A ExcelAire, segundo os advogados, falhou na contratação, seleção e treinamento dos pilotos e na navegação e operação da aeronave, que não seguiu o plano de vôo estabelecido. Eles alegam ainda que os pilotos erraram por não tomarem providências quando perceberam que havia falha de comunicação entre o Legacy e a torre de controle.

A Honeywell teria falhado no design do aparelho, cuja disposição das teclas dá margem a erros, o transponder teria atraso no mecanismo de suspensão do modo “standby” e aviso insuficiente de que o aparelho estivesse operando em "standby".

As falhas foram apontadas em uma investigação paralela sobre o acidente conduzida pelo perito americano Hans Peter Graff que teve acesso a informações sigilosas e, segundo os advogados, conclusivas com relação à identificação dos responsáveis pelo acidente. As mesmas informações fizeram com que as famílias não ajuizassem nenhuma ação contra a Gol e contra a Boeing, fabricante do avião.

“Acidentes aéreos acontecem por uma sucessão de erros. No caso do acidente da Gol, nada teria acontecido se o transponder funcionasse adequadamente e se os pilotos do Legacy tivessem agido de maneira adequada”, afirmou Leonardo Amarante da Amarante Advogados Associados, que se juntou ao escritório americano Lieff Cabraser Heimann & Berstein, sediado em São Francisco, Estados Unidos para atuarem na ação indenizatória.

Ainda não há um valor estipulado para as indenizações, que devem variar de acordo com o perfil de cada vítima. Segundo Leonardo Amarante, o processo pode levar entre um ano e meio e dois anos.

Outra ação

Também na segunda-feira, advogados americanos que representam outras 31 famílias de vítimas do acidente da Gol entraram com ação na Corte de Chicago, nos Estados Unidos, contra a ExcelAire, a Honeywell e a Boeing.