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Teotonio considera transposição ‘um imenso elefante branco caatinga adentro’

O governador eleito de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), por diversas vezes criticou a proposta de transposição das águas do Rio São Francisco, que no Estado se estende por 214 km.

O governador eleito de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), por diversas vezes criticou a proposta de transposição das águas do Rio São Francisco, que no Estado se estende por 214 km.

Em pronunciamentos feitos no plenário do Senado Federal, Teotonio chegou a chamar a obra de "um imenso elefante branco caatinga adentro, uma obra absurda". Ele sustenta que, antes de o governo pensar na transposição, deveria primeiro empenhar–se na revitalização do rio e de seus afluentes.

O governador afirma que o rio São Francisco encontra–se em uma "situação vexatória" e que dezenas de rios afluentes da bacia do São Francisco já secaram, assim como "incontáveis lagos encontram–se assoreados". Ele avalia que a atual situação do rio deveria "deixar a todos atentos e atônitos".

Teotonio Vilela apresentou no final do ano passado, no plenário do Senado, um estudo sobre o projeto de transposição. Teotonio deteve–se sobre um argumento que o governo federal considera fundamental para realizar a obra: a suposta inexistência de água para consumo humano e animal nos estados a serem beneficiados, a exemplo de Ceará e Rio Grande do Norte.

Para Teotonio Vilela, esse argumento não se sustenta. Ele garantiu que a transposição levará água para onde ela já existe. E que as chamadas populações difusas, espalhadas pelas comunidades, sítios e fazendas continuarão desassistidas.

"O que falta no Ceará e em todos esses estados é o que falta também na beira do rio São Francisco: política de águas, gestão de águas, obras de interligação de açudes, pequenas adutoras, sistemas de distribuição", disse.

Teotonio apresentou números mostrando que a capacidade de acumulação nos 100 maiores açudes do Ceará é da ordem de 17 bilhões de metros cúbicos, mais do que a metade da capacidade da represa de Sobradinho, do sistema Chesf.

"Só o açude Castanhão pode acumular 6,7 bilhões de metros cúbicos", ressaltou, lembrando que a situação do Rio Grande do Norte não é diferente. "O açude PiranhasAçu lá está, com 3,5 bilhões de metros cúbicos, irrigando pouco e evaporando muito", completou.