Um dos erros mais comuns que as pessoas, profissionais em geral e administradores cometem é que, antes de entender um determinado fato ou situação, concluem.
Um dos erros mais comuns que as pessoas, profissionais em geral e administradores cometem é que, antes de entender um determinado fato ou situação, concluem. Ou seja, pulam a fase de diagnóstico, tão importante para o esclarecimento e já passam, às vezes, para o julgamento ou condenação.
Quando, por algum motivo, nós não procuramos esmiuçar as coisas, entender realmente o que está por trás de algo que nos é informado, poderemos errar com muito mais facilidade e condenar alguém inocente. Isto ocorre dentro das famílias, na vida em sociedade, nas empresas ou nos órgãos públicos.
Será que aquilo falado por alguém, mesmo que este alguém seja próximo de nós, corresponde sempre à realidade? Não seria melhor, antes de julgar qualquer pessoa ou tomar alguma decisão em relação a alguém, procurar compreender por completo o que realmente ocorreu, nos colocarmos no lugar do possível acusado, analisar quais foram os fatores que levaram ao “acusado” a fazer o que fez? Será que vamos viver o tempo todo na base do “achismo” ou do “disse-me-disse”?
Por exemplo, o que poderemos pensar de um médico, que antes de examinar e diagnosticar um paciente, já passa o remédio que este deve tomar? Nem descobriu ainda o que causou a doença e já prescreve. Dá para acreditar, por exemplo, num dentista, que antes de tirar um raio X num dente de um paciente já faz a extração? E um engenheiro, que antes de calcular as cargas que atuam sobre uma estrutura de concreto, já diz qual será a espessura final? Alguém confiaria num profissional que age de uma dessas maneiras?
Pois bem! Como então confiar em pessoas que tomam decisões, julgam, punem, formam opinião ou prescrevem na emoção? Não procuram entender para depois decidir.
Sabemos não ser fácil para ninguém mudar a sua maneira de agir. Porém, não é difícil. É só querermos. Se não conseguirmos fazer isso sozinhos, poderemos procurar um terapeuta ou alguém com mais sabedoria para nos aconselhar. O que não é tolerável é continuarmos insistindo nos erros diários cometidos por não conseguirmos manter o equilíbrio entre a nossa emoção e a razão.
Dentre as habilidades identificadas nas pessoas eficazes, essa é a mais difícil, indiscutivelmente. Os profissionais que antes de julgar ou decidir procuram entender todo o processo, que envolve determinado problema, chegam mais rapidamente a obter resultados positivos, seja na vida pessoal, empresarial ou organizacional.
Na vida essa conduta é pouco aplicada. Há uma forte tendência de agirmos por algum motivo. Pode ser interesse pessoal, ação emocional ou falta de um hábito essencial para a convivência entre as pessoas.
O normal no dia-a-dia é vermos as pessoas, precipitadamente, emitindo opiniões e tomando decisões sobre algo que pensam estar certo. Mas na maioria dos casos erram. Porque falta ouvir, diagnosticar com mais precisão, dar uma de detetive. O que fazem os detetives? Observam, analisam, entendem para depois agir. Por isso dificilmente erram.
Nossa sociedade caminha muito lentamente em prol de uma melhor convivência entre as pessoas e um dos motivos é a falta de maturidade. A “conta bancária emocional”, que regula os relacionamentos humanos, sofre débitos a todo instante e dificulta o avanço do convívio entre as pessoas.
Superintendente da SMCCU, Engenheiro Civil, Professor da UFAL, Mestre em Administração, Consultor em Gestão de Pessoas, de Processos e na Formação de Líderes