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Sindpetro afirma que Braskem sofre por falta de manutenção

Presidente do sindicato da categoria diz que falta manutenção nas máquinas.

Em menos de um ano cerca de 36 operários ficaram feridos em acidentes na Petroquímica Brasileira de Classe Mundial (Braskem). Pelo menos é que alega Antônio de Freitas, presidente do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos e Químicos de Alagoas (Sindpetro – Al).

Em entrevista ao Alagoas 24 Horas, para rebater as informações transmitidas pela empresa, ele diz que os acidentes são ocasionados pela falta de manutenção nas máquinas, que culminam em vazamentos e explosões.

Num dos acidentes recentes, vários trabalhadores ficaram feridos com o vazamento em uma das unidades da empresa. O operário Joelson Pereira, um dos atingidos, sofreu queimaduras em várias partes do corpo. Ele estava próximo ao equipamento de coleta de cloro líquido, quando o aparelho se rompeu, causando uma nuvem de gás.

Segundo Antônio Freitas todas as afirmações divulgadas nesta quinta-feira, pela assessoria de impressa da Braskem, são inverídicas.

“Não foi um acidente leve como eles afirmaram. Vários trabalhadores ficaram feridos. Seis operários sofreram queimaduras e foram encaminhados para o Hospital Arthur Ramos e os outros tratados no setor médico da empresa. Além do que não estiveram no local o Corpo de Bombeiros, Delegacia Reginal do Trabalho (DRT) e o Sindpetro só foi informado quando os feridos já estavam no hospital. Todos que ficaram expostos ao produto e hoje não conseguiram retornar ao trabalho”, afirmou.

Ainda de acordo com Freitas, após a fábrica ter sido assumida pela empresa Odebrech, há mais de dois anos, nunca foram realizadas manutenções na área.

“O grande problema da Braskem, hoje, é a ausência de manutenção nas máquinas. Portanto, a população e os operários poderão sofrer com outras explosões, pois trabalhamos com substâncias químicas que podem ocasionar a morte, caso acidentes de grande porte aconteçam. Já procuramos a direção da fábrica para avisá-los sobre os estados dos equipamentos, onde diversos sofrem corrosão”, afirma.

O Sindpetro acionou a gerência de segurança para que seja feita uma Comunicação de Acidente no Trabalho (CAT) e assegurar os direitos dos funcionários envolvidos no acidente.

Outros Acidentes

No dia 28 de outubro, cerca de 1.200 m³ de salmoura, contendo sódio e cloro vazou de um tanque, se espalhando pelas repartições da empresa e contaminando o lençol freático.

Segundo o Sindpetro, o caso aconteceu por imprudência dos gerentes que foram alertados pelo órgão de um pequeno vazamento no dia anterior.

“Antes da salmoura se espalhar avisamos a eles sobre um pequeno vazamento, mas como estava cristalizado falaram que seria consertado no dia seguinte. No entanto, quando chegamos para trabalhar todos os lugares estavam tomados pela salmoura, inclusive o local onde ficam as máquinas com eletricidade, chegando a 1.800 volts. Caso alguém estivesse no local, no momento, teria morrido por conta da descarga elétrica”, afirma.