A primeira impressão era a de que seria um show artístico, pois o movimento era intenso, e o batuque era empolgante, além, claro, das tantas câmeras fotográficas e filmadoras em volta, exaltando uma beleza e grandiosidade demonstrada ali; mas na verdade se tratava de uma manifestação religiosa, que surpreendia quem passava, dentre os quais, turistas, que não desprendiam os olhos, tentando entender cada gesto, cada passo, cada grito.
A primeira impressão era a de que seria um show artístico, pois o movimento era intenso, e o batuque era empolgante, além, claro, das tantas câmeras fotográficas e filmadoras em volta, exaltando uma beleza e grandiosidade demonstrada ali; mas na verdade se tratava de uma manifestação religiosa, que surpreendia quem passava, dentre os quais, turistas, que não desprendiam os olhos, tentando entender cada gesto, cada passo, cada grito. A referência ao candomblé, religião trazida ao Brasil pelos africanos, é mantida firme pelos seus adeptos.
Tal manifestação introduzida aos costumes brasileiros ainda sofre por preconceito e falta de conhecimento, e muitos julgam tal religião como um símbolo pecaminoso, atribuindo-lhe informações enganosas e introduzindo falta de respeito à diversidade religiosa. Ao mesmo tempo em que manifestam suas crenças, os religiosos tentam mostrar em público a validade de sua fé, e exaltam esta como uma opção de aceitação das diversidades.
Homens, mulheres, crianças e adultos permitiam manifestar as suas características religiosas e não se incomodavam com tanta gente em volta, que parecia se assustar com cada grito e mesmo com roupas pesadas e de grande porte, o calor não parecia incomodar tanto. Reverenciando Iemanjá, os seguidores da religião se deslocaram à praia, como de costume, e trouxeram ao mar oferendas a sua rainha, que continham utensílios de beleza e vaidade.
Os turistas se surpreendiam com a energia e a grande festa alegórica, com os perfumes que as mães-de-santo lhes respingavam e com o olhar fixo nos gestos, nas danças, reverenciavam a grande festa. A crença e a alegria são tão fortes que a curiosidade não pôde ser contida: muitos que passavam por ali ficavam em volta, querendo entender as expressões culturais ali inseridas. A dança era uniforme, os círculos feitos de gente não podiam ser quebrados, os colares derramados ao peito enfeitavam as roupas brancas, junto aos lenços amarrados aos cabelos.
Sob o som do atabaque e a cantoria que empolgava não somente os que estavam reverenciado os santos, a orla da praia de Pajucara foi tomada por religiosos que manifestaram suas crenças, trajando suas roupas chamativas, aplaudindo e venerando os santos que fazem comemoração hoje. Centenas de adeptos fizeram suas rodas e trouxeram seus santos, dançando em volta e se jogando ao chão para beijar e louvar os pés do orixá em nome da fé.