Na tradição cristã a Senhora da Conceição representa aquela escolhida para que o Deus de Abrão, de Izaque e de Jacó, realizasse a grande promessa de enviar o seu filho ao mundo, o filho que viria a ser o Deus conosco, o Emanuel.
Delicadeza, ternura, docilidade e sensibilidade vêm das mãos femininas. Mãos que regam o broto que nasce da terra no misterioso ímpeto do milagre da vida. Mãos que cuidam da flor em botão que quer explodir de alegria e beleza nos primeiros raios do sol nas roseiras orvalhadas; que afagam as rosas, o jasmim, as hortênsias, as margaridas, os manacás, as magnólias, os lírios e os delicados cactos. Mãos que traduzem em perfume e beleza a morada do beija-flor que a todos encanta numa tradução perfeita da paz, da inocência e harmonia da natureza. E esse instinto do cuidar, do acolher, do amar, dos sentimentos mais nobres do ser humano vem da mulher, que traz em seu útero o compromisso divino da continuidade da vida, que é a mais explícita declaração de amor de Deus por nós.
Declaração esta que se estende também aos animais que são nossos parceiros inseparáveis de jornada desde remotas épocas, e que na sua inocência e instintos aguçados sempre ensinaram o homem o que é o afeto, a fidelidade e o companheirismo.
Na tradição cristã a Senhora da Conceição representa aquela escolhida para que o Deus de Abrão, de Izaque e de Jacó, realizasse a grande promessa de enviar o seu filho ao mundo, o filho que viria a ser o Deus conosco, o Emanuel. E assim se cumpriu na cidade de Belém onde o iluminado nasceu numa manjedoura, ali próximo dos animais na maior simplicidade possível, dando seu primeiro suspiro e choro nos braços de Maria, aquela jovem mãe judia que se transformaria num modelo para todas as mães. E que depois ascenderia na religiosidade católica como a mãe divina, a rainha da paz, dos anjos, dos santos e dos profetas; enfim, uma figura mítica muito especial, uma santa acolhedora e protetora dos pobres e dos aflitos. Conceição significa a pureza da imaculada concepção da virgem. Este é um ensinamento da Conceição para a jovem mulher moderna no que tange a sua auto estima, sua integridade moral, sua sensibilidade e seu instinto maternal.
Como também modelo ao poder feminino que cada vez mais se notabilizará nas futuras gerações. Esta dignidade da mulher será indispensável no seu precesso histórico que há de porvir.
No sincretismo religioso brasileiro, o ícone da Conceição representa Iemanjá à rainha do mar, na junção dos nomes dos reis de Atlântida, o continente que sucumbiu nas profundezas do mar. Este legado afro-brasileiro no dia de hoje faz a beira do mar ficar cheio dos afagos femininos. São flores, perfumes, sabonetes, retalhos de tecidos finos, espelhos, tudo que representa este universo da mulher. A propósito, há o que se identifique mais com a mulher do que as flores? Aí fica o dito para nós homens; porque para as mulheres se faltam flores tá faltando homem.