Salários atrasados; viaturas danificadas; falta de material e desestímulo. Esse é o quadro vivido pelas pessoas que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Salários atrasados; viaturas danificadas; falta de material e desestímulo. Esse é o quadro vivido pelas pessoas que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Pode-se dizer que o Samu, em Alagoas, está funcionando pela boa vontade dos seus funcionários que estão dispostos a trabalhar com todas as dificuldades existentes.
Imagine como executar suas funções com três meses de salários atrasados e a incerteza de receber esse montante até o final do ano, já que os empenhos estão encerrados. Se os recursos para pagamento de pessoal dependerem do Siafen, empenho só a partir de fevereiro de 2007.
Além do problema com pessoal o conserto de viaturas, que quebram com freqüência, pode se agravar, já que há informações de atraso no pagamento a oficinas, que já não aceitam as ambulâncias.
O Samu é, indiscutivelmente, um ‘anjo para os que necessitam de socorro’. Mesmo com os problemas operacionais os servidores têm mostrado uma vontade e paciência fora do comum.
Neste domingo o Alagoas24horas recebeu um e-mail assinado por uma pessoa que se identificou como sendo funcionária. Nele a pessoa relatou as dificuldades vividas pelos plantonistas e apontou para uma possível ‘greve a qualquer momento’.
Na condição de veículo informativo, a serviço da população, o Alagoas24horas entrou em contato com o 192 e conversou com algumas pessoas, entre elas, Ítalo Normande, supervisor de plantão, que destacou as dificuldades e disse desconhecer qualquer manifestação em favor da greve. “Estamos enfrentando limitações e obstáculos, mas sobre greve nada foi conversado”, garantiu o supervisor.
Segundo Ítalo, neste domingo o Samu está funcionando com sete Unidades de Salvamento Básica (USB) e três Unidades de Salvamento Avançadas (USA). Outras três estão com defeito.
Uma outra pessoa denunciou ao Alagaos24horas o mal-uso nas verbas federais. "Estão brincando de atendimento de emergência. Pelo que fui informado, a verba federal para manutenção das ambulâncias está sendo usada para o pagamento de contas. As oficinas não querem consertar as viaturas no crédito porque temem que o próximo governo não pague a conta deixada pelo atual", denuncia.
A fonte revela ainda que não está havendo reposição de medicamentos e materiais. Vários colares cervicais e pranchas foram quebrados e não foram repostos, o que, se não for resolvido, pode impossibilitar o transporte de vítimas de acidentes. Os problemas também atingem a sede da Samu, no bairro do Farol. A falta d’água é um problema constante, porque a caixa d’água está quebrada e não foi trocada.
Ainda segundo a fonte, a crise teria começado quando o coordenador-geral, o médico Ernann Tenório de Albuquerque, teria entrado de férias e recebeu a comunicação de sua exoneração via Diário Oficial, no dia 30 de novembro. Em seu lugar assumiu o médico João Medeiros Lima, que ocupava a direção médica na gestão de Ernan Tenório, que ficou na direção do Samu por quase três anos.