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"O Pianista do Silencioso" conquista prêmio de Literatura

Romance mistura ficção e realidade para contar a história do Cinema Mudo.

"O Pianista do Silencioso", do jornalista Carlos Nealdo dos Santos, conquistou a edição 2006 do prêmio Alagoas em Cena, na categoria Literatura – Romance. O resultado foi divulgado na última sexta-feira, 15, em solenidade ocorrida em Maceió. Promovido pela Secretaria Executiva de Cultura e Instituto Alagoano do Terceiro Setor (IATS), o Alagoas em Cena (Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura) tem por objetivo premiar obras inéditas em diversas categorias, entre elas Música, Literatura e Artes Plásticas.

"O Pianista do Silencioso" conta a história do Cinema Mudo vista pelos moradores de um povoado no Sertão nordestino, no início do século XIX. O autor lança mãos de fatos reais – como a Primeira Guerra Mundial, Gripe Espanhola, Cangaço e Revolução de 30 – para traçar a biografia fictícia do pianista do cinema mudo que dá título ao livro. Na tela do pequeno cinema da vila sertaneja, mitos da era silenciosa embalam os sonhos da população.

A obra tem início em Nova York, em 1917, com o ator americano Al Jolson, protagonista de "O Cantor de Jazz", o primeiro filme falado do cinema. Devido à Grande Guerra, Jolson – que iria se apresentar na Europa – acaba vindo parar no Brasil, na mesma época em que o Cinema Rio Branco – localizado na vila do mesmo nome (hoje Arcoverde – PE), está sendo inaugurado. O ator desembarca no porto do Recife, no momento em que "Pelo Telefone" (o primeiro samba gravado da história) é tocado num café próximo.

A partir daí, a obra abre passagem para um desfile de mitos do cinema mudo, entre eles Theda Bara, Rodolfo Valentino, Chaplin, Francesca Bertini e tantos outros.

O livro, que conta com apresentação do cineasta Cacá Diegues, deverá ser lançado no início de 2007, ano em que "O Cantor de Jazz", o primeiro filme falado do cinema, completa 80 anos. "O amor do autor pelo cinema, e pelo seu significado simbólico na cultura humana e moderna, é tão grande quanto a sua paixão pelas manifestações culturais daquela região, daquela população de costumes tão diversos das outras e do resto do mundo", ressalta Cacá Diegues na apresentação. "E é desta dialética fantástica entre o universal e o regional que Nealdo constrói a teia admirável de seu livro, um livro antes de tudo apaixonado. Igualmente apaixonado por stars e cangaceiros, jazz e baião, história e fantasia", completa.

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