Os réus caíram no choro ao ouvir o veredicto, enquanto as famílias das vítimas celebravam a decisão. A sentença era muito aguardada pela comunidade internacional, sobretudo na União Européia (UE), da qual a Bulgária fará parte a partir de janeiro.
Um tribunal de Trípoli condenou à morte nesta terça-feira (19) cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino acusados de ter inoculado deliberadamente o vírus da Aids em crianças líbias num hospital da cidade de Bengazi.
Os réus caíram no choro ao ouvir o veredicto, enquanto as famílias das vítimas celebravam a decisão.
A sentença era muito aguardada pela comunidade internacional, sobretudo na União Européia (UE), da qual a Bulgária fará parte a partir de janeiro.
Os países europeus e os Estados Unidos pedem a libertação dos réus, com base nos testemunhos de cientistas, entre eles o professor francês Luc Montaigner, um dos descobridores do vírus.
Os especialistas internacionais declararam em várias ocasiões que as deficientes condições sanitárias do centro hospitalar de Bengazi explicavam a contaminação de 426 crianças, das quais 52 morreram. Além disso, a presença do vírus no local pode datar de 1997, um ano antes de as enfermeiras e o médico chegarem à Líbia.
Os seis acusados, detidos há sete anos, já haviam sido condenados à morte em maio de 2004, mas o Supremo Tribunal líbio determinou um novo julgamento, que começou em maio.
Na última audiência, em 4 de novembro, a promotoria pediu a pena de morte para todos os acusados.
As famílias das crianças pediam uma "sentença exemplar" e US$ 15 milhões de indenização para cada vítima. A exigência foi rejeitada pelo governo búlgaro, que se recusa a reconhecer qualquer culpa.
Com a confirmação da pena, as conseqüências podem ser negativas para o processo de liberalização e reforma das relações com o Ocidente iniciado pelo regime do líder líbio Muammar Khaddafi.