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Acusados de infectar crianças com vírus da Aids são condenados

Os réus caíram no choro ao ouvir o veredicto, enquanto as famílias das vítimas celebravam a decisão. A sentença era muito aguardada pela comunidade internacional, sobretudo na União Européia (UE), da qual a Bulgária fará parte a partir de janeiro.

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Médico e enfermeiras no Tribunal, acusados de infectar crianças, em foto de setembro

Um tribunal de Trípoli condenou à morte nesta terça-feira (19) cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino acusados de ter inoculado deliberadamente o vírus da Aids em crianças líbias num hospital da cidade de Bengazi.

Os réus caíram no choro ao ouvir o veredicto, enquanto as famílias das vítimas celebravam a decisão.

A sentença era muito aguardada pela comunidade internacional, sobretudo na União Européia (UE), da qual a Bulgária fará parte a partir de janeiro.

Os países europeus e os Estados Unidos pedem a libertação dos réus, com base nos testemunhos de cientistas, entre eles o professor francês Luc Montaigner, um dos descobridores do vírus.

Os especialistas internacionais declararam em várias ocasiões que as deficientes condições sanitárias do centro hospitalar de Bengazi explicavam a contaminação de 426 crianças, das quais 52 morreram. Além disso, a presença do vírus no local pode datar de 1997, um ano antes de as enfermeiras e o médico chegarem à Líbia.

Os seis acusados, detidos há sete anos, já haviam sido condenados à morte em maio de 2004, mas o Supremo Tribunal líbio determinou um novo julgamento, que começou em maio.

Na última audiência, em 4 de novembro, a promotoria pediu a pena de morte para todos os acusados.

As famílias das crianças pediam uma "sentença exemplar" e US$ 15 milhões de indenização para cada vítima. A exigência foi rejeitada pelo governo búlgaro, que se recusa a reconhecer qualquer culpa.

Com a confirmação da pena, as conseqüências podem ser negativas para o processo de liberalização e reforma das relações com o Ocidente iniciado pelo regime do líder líbio Muammar Khaddafi.